Dado a partir da geolocalização
Checa onde medida é descumprida
15 Estados usam a tecnologia
No Poder 360
Uma tecnologia de geolocalização aponta o nível de isolamento das pessoas nos Estados do Brasil. Criado pela Inloco –uma empresa de Recife (PE)–, o softwareconsegue mapear o comportamento de 1 indivíduo por meio de sinais de dispositivos de rede sem fio conectado a celulares.
A empresa tem promovido a doação de tecnologias para ajudar no enfrentamento à pandemia da covid-19 –doença causada pelo novo coronavírus. A 1ª desenvolvida é capaz de mapear o potencial de contágio dos passageiros que chegaram em voos internacionais no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
A 1ª prefeitura a adotar o novo sistema de geolocalização foi a de Recife. Hoje a tecnologia já é utilizada por mais de 15 Estados. Desta forma, os gestores conseguem identificar onde é preciso intensificar ações de conscientização sobre a necessidade da quarentena para conter a propagação da doença.
Os dados mapeados pela Inloco mostram que a média nacional de pessoas que têm cumprido o isolamento é de 60%. Ou seja, a cada 5 brasileiros, 3 estão permanecendo em casa para evitar o contágio e/ou transmissão do coronavírus.
As unidades federativas onde a população fica mais em isolamento são: Goiás (64,7%), Distrito Federal (64%); Santa Catarina (63,7%); Ceará (61,9%); Rio Grande do Sul (61,3%); Piauí (61,1%); e Pernambuco (61,1%).
Já onde há menos isolamento, com só metade da população respeitando a política de isolamento são os Estados do Tocantins (53,2%); de Rondônia (53,7%), de Roraima (53,9%), e do Mato Grosso (54,5%).
Eis o quadro abaixo:
De vermelho a verde mais escuro, as cores identificam o Estado menos isolado para o mais isolado Divulgação -Inloco
Veja como está a região de São Paulo, Estado com maior número de casos confirmados no Brasil:
Nível de isolamento por cidade do Estado de São Paulo Divulgação/Inloco
A cidade de São Paulo; pontos verdes indicam maior isolamento social Divulgação/Inloco
No quadro de Brasília, é possível verificar que a região central, na qual estão situados órgãos públicos, a Esplanada dos Ministérios, o Congresso Nacional, setores de empresas de comunicação e mídia, as pessoas têm 1 comportamento de não-quarentena. Nas pontas, observa-se que há 1 nível de isolamento maior.
Região central de Brasília tem mais pontos vermelhos (de não-isolamento)Divulgação/Inloco
Segundo o fundador da Inloco, André Ferraz, em breve uma plataforma será disponibilizada para o público. Qualquer usuário poderá verificar o nível de isolamento das pessoas nos Estados e em sua região.
COMO FUNCIONA A TECNOLOGIA
Para identificar as regiões onde as pessoas têm cumprido ou não o isolamento decretado pelos governos estaduais, a tecnologia estuda o comportamento da população por meio de sinais de dispositivos de rede sem fio conectados a celulares. A precisão média é de 3 metros.
“É uma tecnologia nova que é mais precisa que o GPS, que se comunica com satélites e consegue calcular a posição de uma pessoa na terra baseada nessa comunicação com o satélite. Essa tecnologia se comunica com dispositivos mais próximos de uma pessoa. Então, em vez de usar satélite, a tecnologia se conecta com antenas de wi-fi e bluetooth. A tecnologia lê os sensores e consegue fazer uma impressão digital para o local”, explicou André Ferraz.
Segundo Ferraz, o índice de isolamento de 1 indivíduo é observado a partir do nível de vezes que ele se desconecta do dispositivo de rede. A tecnologia, depois de ter identificado o local no qual o indivíduo mora, consegue evidenciar quando ele sai de casa.
“Essa tecnologia consegue aprender, com base no local em que você mais passa tempo durante a noite, que aquele local é a sua casa. A partir disso, a gente consegue mapear o percentual de pessoas que, em uma determinada região, saíram de suas residências”, explica.
A tecnologia foi criada a partir da adaptação de 1 software usado em bancos privados para identificar comportamentos diferentes dos clientes que sinalizam sinal de fraude, roubo ou clonagem de contas e cartões.
PRESERVAÇÃO DE PRIVACIDADE
O fundador da empresa de tecnologia de segurança afirma que os dados não interferem na privacidade das pessoas, uma vez que captam apenas a movimentação de 1 dispositivo. O programa não tem acesso a dados de pessoas ou ao número do telefone do indivíduo.
Segundo Ferraz, apesar de a tecnologia ter uma precisão de 3 metros dos sinais do dispositivo de uma pessoa, os dados compartilhados com o governo possuem o registro de 1 campo de 400 metros x 400 metros. Ou seja, é 1 campo onde vivem várias pessoas, o que não permite ser capaz de mapear a informação de 1 único indivíduo.