O Dia do Índio foi de luto na aldeia 621 próxima ao distrito de Tarilândia, interior de Rondônia.
A morte ainda sem explicação do professor Ari Uru Eu Wau Wau, 34 anos, envolveu de tristeza todo o povo indígena que vive sobre um território constantemente invadido por grileiros e madeireiros.
O ritual fúnebre foi na noite de sábado e na manhã seguinte dois homens foram flagrados na terra onde o acesso é proibido.
Foram presos pelos indígenas e permaneceram amarrados até a chegada dos agentes da Polícia Federal e da Funai.
Até que as investigações sobre a morte sejam concluídas, há motivos para suspeita de que o indígena foi assassinado.
Atendendo a pedido da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, a Defensoria Pública da União na capital, encaminhou ofício ao Superintendente da Polícia Federal em caráter de urgência, solicitando informações de providências sobre o assassinato do professor Ari e das sucessivas ameaças de invasões que este povo vem denunciando.
Para garantir a preservação de direitos constitucionais da etnia que vive em território demarcado, a DPU-RO requereu saber:
- Se há procedimento (s) instaurado (s) na Superintendência Regional da Polícia Federal em Rondônia para averiguar e investigar os relatos de invasão ao território indígena Uru Eu Wau Wau;
- Se há procedimento (s) instaurado (s) na Superintendência Regional da Polícia Federal em Rondônia para averiguar e investigar os relatos de ameaças de invasão ao território indígena Uru Eu Wau Wau;
- Se a Superintendência Regional da Polícia Federal em Rondônia teve ciência da morte do indígena Ari Uru Eu Wau Wau, considerando a suspeita de que se trata de homicídio relacionado a conflitos pelo território. Caso positivo, informar se foi instaurado procedimento de investigação.
O prazo é de 15 dias para a resposta, devendo ser justificado o não cumprimento por alguma impossibilidade.
Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o indígena encontrado morto “integrava o grupo de vigilantes e protetores do território do seu povo e estava ameaçado pelos criminosos responsáveis pelas invasões e devastações na região”.
Em nota, destacou: “Não estamos expostos apenas ao coronavírus, os crimes cometidos por madeireiros, garimpeiros e grileiros seguem intensos violando nossos direitos e destruindo nossa natureza.”