Ministério Público nega participação em estudo do governo que desafeta área de reserva para gado

Ministério Público nega participação em estudo do governo que desafeta área de reserva para gado

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A mentira sobre um estudo para desafetar parte da RESEX Jaci-Paraná com acompanhamento do Ministério Público do Estado foi divulgada em vídeo pelo governador Marcos Rocha no último dia 07.

O mandatário bolsonarista anunciou que vai propor a redução da Reserva Extrativista em 153 mil hectares para garantir o pasto de 120 mil cabeças de gados.

“Esse trabalho não foi feito por acaso. Foi através de um estudo muito bem produzidos e acompanhado pelo Ministério Público do Estado de Rondônia para desafetar parte da reserva Jaci-Paraná, para depois encaminhar através de Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa”, disse o governador.

O site Rondoniaovivo o vídeo:

Não demorou para ser desmentido por meio de nota das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, de apenas dois parágrafos:

“CONSIDERANDO a recente declaração do Governador do Estado de Rondônia sobre o encaminhamento de Projeto de Lei sobre a desafetação de considerável parte da RESEX Jaci-Paraná, o Ministério Público do Estado de Rondônia, através das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, declara publicamente que não participou de eventuais estudos técnicos realizados pela SEDAM. Outrossim, os Promotores de Justiça com atribuição na área de defesa do meio ambiente analisam as medidas a serem tomadas para evitar a desafetação da unidade de conservação”.

A Resex Jaci-Paraná é constantemente invadida por grileiros e madeireiros e o presidente Jair Bolsonaro e seus leais governadores vão encontrar oposição e não apoio dos Ministérios Público Estadual e Federal, para levar adiante a devastadora Medida Provisória 910/2019, conhecida como MP da Regularização Fundiária ou MP da Grilagem

O MPF já tem campanha contra os danos sociais, ambientais e econômicos que a medida pode causar.

É melhor Marcos Rocha parar de mentir para agradar seu curral eleitoral e ‘já ir se acostumando’ que haverá forte resistência de quem protege o Meio Ambiente contra quem autoriza a devastação.

Não é primeira vez que o Ministério Público nega declarações do governador.

Quando flexibilizou em 25 de março o Decreto de Calamidade Pública para liberar várias atividades da quarentena contra a Covid-19, Marcos Rocha disse que o fazia com o aval do Ministério Público, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Defensoria Pública.

Em nota conjunta os entes públicos confirmaram participação em reunião sobre o enfrentamento da pandemia, mas destacaram que opinaram pela manutenção das regras de isolamento até que o Estado pudesse garantir ampla testagem e Equipamentos de Proteção Individual – EPIs aos profissionais da segurança e saúde.

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