Desdém do presidente com coronavírus foi registrado por ilustradores
Na FSP
Ao desdenhar da gravidade do coronavírus, que chegou a chamar de “gripezinha”, o presidente Jair Bolsonaro chamou a atenção da imprensa internacional. Editorial do jornal Washington Post o elegeu o pior líder durante a pandemia. O inglês The Guardian disse que o presidente era um perigo para os brasileiros. O Financial Times, também inglês, o chamou de “crise ambulante”.
Além das reportagens, editoriais e colunas de opinião, Bolsonaro também figurou em charges e ilustrações de grandes veículos estrangeiros. A tradicional revista inglesa The Economist publicou no começo de abril charge do presidente com a cabeça afundada na bandeira do Brasil. Em outra ilustração, o retratou caminhando entre os vírus, com os dizeres “Brasileiros, saiam de casa, uma chuvinha não vai machucar”.
Antes disso, em 27 de março, o jornal regional alemão Stuttgarter Zeitung estampou na primeira página charge de Luff que mostra figuras representando a morte e o coronavírus aplaudindo o discurso de Bolsonaro: “Tudo isso é histeria e conspiração”. O desenho fazia alusão ao pronunciamento em rede nacional do dia 24 de março, em que Bolsonaro criticou governadores pelas medidas de isolamento e disse que por seu “histórico de atleta” se pegasse a Covid-19 seria como “um resfriadinho”.
Na vizinhança, o La Nación, um dos maiores jornais da Argentina, publicou ilustração de Alfredo Sabat que mostra a chanceler alemã Angela Merker com vestimenta de proteção, enquanto Donald Trump e Bolsonaro são retratados como partículas do coronavírus. A charge acompanhou a coluna de Fernán Saguier, um dos diretores do jornal.