Ivaneide Bandeira é essencial na luta para proteger os povos indígenas de Rondônia do novo coronavírus, dos invasores e da destruição da floresta.
Desde que a Organização Mundial de Saúde declarou a pandemia, Neidinha como é conhecida, se dedicou a ações de socorro às etnias do estado.
Foram muitas idas e vindas para entregar cestas básicas e materiais de higiene nas aldeias.
A Kanindé, Associação de Defesa Etnoambiental, abraçou a campanha #FiqueNaAldeia e firmou parcerias com organizações nacionais e internacionais para garantir que os indígenas não precisem se deslocar aos centros urbanos.
Ela vinha sentindo sintomas e procurou ajuda no Call Center do governo do estado para fazer o teste.
Neidinha contou por telefone que sentia dores na cabeça, no peito e falta de ar.
Foi orientada a ficar em casa e aguardar, pois os testes para Covid-19 são para pacientes em estado grave.
Como tantos infectados reclama do atendimento remoto e da dificuldade de conseguir um teste nas unidades de saúde da rede pública.
Com a piora dos sintomas fez em laboratório particular a coleta e confirmou as suspeitas.
O isolamento agora é rigoroso, pois mora com as filhas. Uma delas apresenta sintomas.
A maior preocupação de Neidinha é com as constantes invasões de madeireiros e grileiros nos territórios indígenas, com o desmatamento acelerado e a aproximação do período de queimadas na Amazônia. Em quarentena o valioso trabalho dela fica limitado.
“Minha preocupação é que estamos entrando no período das queimadas e as infecções vão piorar. Os territórios precisam ser protegidos e nossa ação é necessária.
Quero ficar boa logo para poder ajudar os indígenas”, disse.