POVOS INDÍGENAS DE RONDÔNIA: Notícias Sobre COVID-19 nas Aldeias

POVOS INDÍGENAS DE RONDÔNIA: Notícias Sobre COVID-19 nas Aldeias

Tá dando febre alta e dores no corpo’


Por Felipe Vander Velden & Íris Morais Araújo​​​​​​​

Já é dramática a situação dos Karitiana diante da pandemia de COVID-19.
Mais uma vez, os povos indígenas no Brasil são vítimas das doenças trazidas de fora, das doenças dos não índios. Depois da varíola, do sarampo, da gripe e da tuberculose, entre muitas outras enfermidades, matarem milhões ao longo da triste história desse país, a COVID-19 agora cobra sua parte. Já é dramática a situação do povo Karitiana, que se localiza em seis aldeias nos municípios de Porto Velho e Candeias do Jamari, norte de Rondônia.

As notícias que chegam é que, a despeito da mobilização dos próprios Karitiana na divulgação de informações e na realização de ações de autocuidado para evitar a disseminação ampliada da doença, o vírus já se espalhou por cinco das aldeias, onde há muita gente com sintomas. Os relatos que nos chegam dão conta de que, em algumas das aldeias, todos os habitantes estão doentes, e famílias inteiras estão em estado crítico, com febre alta e dores no corpo.

A condição dos que vivem nas áreas urbanas não é melhor. Uma importante liderança, com problemas respiratórios, está internada em uma unidade de pronto atendimento em Porto Velho.O cenário, desesperador, leva os Karitiana a usarem de seus remédios tradicionais (folhas e cascas de árvores) para tentar combater a epidemia, mas sabemos que o suporte público à saúde e às condições materiais de existência são fundamentais para complementar os tratamentos locais e garantir a saúde e as vidas de mulheres, homens e crianças.

Existe o risco iminente de muitas mortes, especialmente dos mais velhos, que são cruciais na vitalidade e na continuidade da cultura e do modo de vida Karitiana. Se as pessoas, nas cidades, lamentam os impactos da perda de seus idosos e idosas, imaginem o que isso significa para um povo que viveu uma história recente de agudo declínio populacional e cuja população inteira é de apenas mais ou menos 400 indivíduos. O impacto será brutal. Não podemos esperar para ver uma história trágica se repetir em pleno século XXI.Neste panorama desolador, a própria comunidade busca se fortalecer.

Os Karitiana se organizam, da melhor forma que podem, para garantir cestas básicas e a produção de máscaras, de modo a tentar minimizar os danos sanitários e socioeconômicos que seguramente serão causados pela pandemia. Por favor, considere ajudar o grupo, fazendo doações para a confecção de máscaras e compra de cestas básicas e outros itens necessários para as famílias que, nas aldeias, encontram-se mais distantes dos canais de auxílio e das redes urbanas de atendimento à saúde.

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