O Ministério Público, os R$ 10,5 milhões do Estado, a BuyerBR, a representante de Rondônia e o jornalismo: não é ‘‘fake news’’, governador!

O Ministério Público, os R$ 10,5 milhões do Estado, a BuyerBR, a representante de Rondônia e o jornalismo: não é ‘‘fake news’’, governador!

Por Rondoniadinamica – O governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, ainda sem partido, mantém os esforços descomunais – e inúteis, diga-se de passagem –, a fim de pintar toda veiculação independente como mentira, ou seja, “fake news”.

Lado outro, esta semana a realidade deu mais um soco certeiro no rosto do faixa-preta de karatê, também mestre em gastar dinheiro público [desperdiçou mais de R$ 100 mil em diárias], de acordo com apuração da Aruana, agência de checagem da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).


Após gastar mais de R$ 100 mil em diárias, Marcos Rocha fala em “respeito ao dinheiro público” / Divulgação-Facebook

O Ministério Público (MP/RO) entrou com ação civil pública de ressarcimento ao erário “e responsabilidade por atos de corrupção empresarial” contra a BuyerBR, Level Importação e Exportação e três representantes legais do primeiro empreendimento.

Cibele Oliveira de Oliveira, proprietária da BuyerBR; Maria de Fatima Oliveira, sócia; e Maíres Natália de Carli, preposta nomeada pela primeira a fim de acompanhar de perto o negócio de R$ 10,5 milhões firmado com o Governo do Estado para a entrega de cem mil kits rápidos de detecção para o novo Coronavírus.

Por ora, representantes do Palácio Rio Madeira não foram acionados, mas a própria matéria institucional lançada pelo órgão de fiscalização e controle deixa bem claro o seguinte:

“O MP apura agora quais agentes públicos que concorreram para a conduta de improbidade e que eventualmente se beneficiaram com ela, para ingressar com uma ação civil pública por ato de improbidade contra os envolvidos”.

Na peça de 51 páginas confeccionada tecnicamente pelos promotores de Justiça Joice Gushy Mota Azevedo e Geraldo Henrique Ramos Guimarães, há, inclusive, menção a documento obtido exclusivamente pela reportagem do Rondônia Dinâmica.

Vale lembrar que Joice Gushy é coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Criminalidade (GAECRI), que instituiu a Força-Tarefa / COVID-19 a fim de fiscalizar todos os atos de gestão regionais enquanto perduram os efeitos do Decreto de Calamidade Pública.

A dupla também anexou a matéria em questão à incursão judicial patrocinada contra o quinteto [BuyerBR, Level, Cibele, Maria de Fátima e Maíres de Carli].

Conforme já veiculado, a 2ª Vara da Fazenda Pública de Porto Velho, regida pelo rigor e atenção do magistrado Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa, terá audiência sobre o caso na próxima quinta-feira, dia 18.

A redação buscou na Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), órgão da administração indireta daquele Estado, uma das provas mais importantes encartadas à ação impetrada MP/RO, onde, no mínimo, se pode apontar que a BuyerBR mentiu em documento sobre suas credenciais de ordem comercial.

A empresa e a Iquego jamais foram parceiras de negócios, mas, mesmo assim, a primeira relacionava o laboratório público de Goiás como se fossem, inclusive apresentando telefone e endereço do órgão para que o contratante, ou seja, o Estado de Rondônia, entrasse em contato.

O Estado de Rondônia, obviamente, não entrou, mas o Rondônia Dinâmica, sim.

O contato com Denes Alves, presidente da Iquego, e também com o controller José Carlos dos Santos, assessor da Presidência do órgão, rendeu a reportagem abaixo:

Empresa que fez negócio milionário com Rondônia nos testes de Coronavírus mentiu em suas credenciais

Com a notícia, sobreveio Nota de Esclarecimento editada e publicada somente porque o jornal alertou os membros do governo Ronaldo Caiado (DEM) acerca da informação falsa encartada pela empresa BuyerBR ao processo administrativo para vender os cem mil kits problemáticos (vários casos de falsos positivos) ao Estado de Rondônia por R$ 10,5 milhões.

Por sorte, a atuação diligente do MP/RO e a ação enérgica e igualmente rápida da Justiça, bloqueou a primeira parcela (mais de R$ 3 milhões) na conta do empreendimento, ao menos, claro, até que a questão dos autos seja cem por cento esclarecida.

No fim, quanto mais Rocha e seu estafe tenta nadar contra a correnteza inexorável da verdade, mais se afogam nas próprias mentiras, especialmente quando apontam o dedo indicador atribuindo aos outros os próprios feitos.

Não é “fake news”, é jornalismo, governador!

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