Declaração da primeira dama de São Paulo repercute negativamente
Por Pensar Piauí
Por Oscar de Barros, jornalista
Esta foto retrata um determinado dia 08 de dezembro em Bocaina/Piauí. É dia santo na cidade, dia de Nossa Senhora da Conceição.
No meio fio da calçada estão sentados homens, mulheres e crianças que são pedintes.
Pessoas excluídas de totas as possibilidades sociais. De trabalho, economicas, sociais, etc.
Há uma senhora que percorre a fila de pedintes dando uma “esmola” a cada uma daquelas pessoas. Ela está acompanhada de um neto seu.
A senhora é a dona Zefinha, mãe deste jornalista, o neto é o Márcio Barros.
Dona Zefinha enquanto vida teve em sua viuvez – e foram 33 anos – manteve o hábito de seu marido, João Manoel, de dar “esmola” aos pedintes que frequentavam os festejos de Bocaina Piaui.
Hoje em dia a palavra esmola é muito pejorativa, tanto que nas primeiras grafias o autor colocou aspas.
Mas esmola é um substantivo feminino que significa uma “dádiva caridosa feita aos pobres” é um “ato de auxiliar, de prestar ajuda”.
O coração do homem e da mulher do Brasil profundo sempre foi caridoso. Eles sabiam ver que na sociedade uns conseguiam aquilo que outros não tiveram oportunidade e procuravam compartilhar um pouco através das esmolas.
Mas eram nucleos sociais pequenos.
Quando você imagina grandes conglomerados urbanos como Teresina e/ou São Paulo, não pode imaginar que os cidadãos fiquem com a responsabilidade exclusiva de serem caridosos com os pobres (os excluídos). Alguém tem que auxíliá-los. Alguém tem que prestar ajuda a estas pessoas. E este alguém é o Estado. E quando é o Estado, ele não pode se limitar à esmola, ele tem que prover os mínimos sociais, através de uma política de Assistência Social. Afinal, os cidadãos que têm o coração caridoso (do Brasil profundo ou não) pagam impostos ao Estado na expectativa que ele contribua auxiliando os pobres.
Mas aí você vê/ouve a declaração da primeira dama do estado de São Paulo, Bia Doria: