“Eu acho que Rondônia deveria ser Centro-Oeste, não ser Amazônia”, disse o deputado Laerte Gomes (PSDB).
A fala foi na abertura de uma Audiência Pública convocada em plena pandemia, para discutir a alteração e redução de duas Unidades de Conservação com intensa ocupação irregular.
O PLC 080/20 proposto pelo governador Marcos Rocha (PSL) altera os limites da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e do Parque Estadual de Guajará-Mirim para regularizar invasões.
São terras públicas imensas que foram invadidas e que hoje abrigam mais de 120 mil cabeças de gado.
Para ‘passar a boiada’, como sugeriu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, o governo bolsonarista quer desafetar mais de 160 mil hectares dessas duas Unidades de Conservação.
Em nota pública cerca de 50 entidades repudiaram a intenção do governador e pediram que o projeto seja retirado de pauta.
“Entregar essas áreas aos invasores é premiar e legitimar a ação do crime organizado no Estado. É assumir que o crime compensa e incentivar novas invasões em outras unidades de conservação, a exemplo do que ocorre na RESEX Aquariquara e outras reservas na região de Machadinho e Vale do Anari”, declararam.
No ranking do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o estado de Rondônia aparece em quarto lugar com 1.259 km² de floresta derrubada, o que dá 11,4% de participação na destruição do maior valioso bioma do planeta. Junto com o Pará, Mato Grosso e Amazonas, é responsável por 87% do desmatamento medido pelo Prodes, sistema de monitoramento do INPE.
A Amazônia Legal abrange os estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Pará e Mato Grosso. Este último, fica na região Centro-Oeste.