Denúncia de agressão de deputado à dançarina gera forte reação popular em Rondônia

Denúncia de agressão de deputado à dançarina gera forte reação popular em Rondônia

O fato ocorreu no último fim de semana, em evento no município de Ariquemes, distante cerca de 200 quilômetros da capital.

A profissional de dança, Carolina Silva Knightz, registrou denúncia em delegacia de polícia contra o deputado estadual, Geraldo da Rondônia, por lesão corporal, constrangimento e abuso de autoridade. 

Em nota, os organizadores do evento confirmaram ter tomado conhecimento do fato e repudiaram a atitude do deputado. 

A segunda-feira foi marcada por uma intensa mobilização de repúdio nas redes sociais. 

A Frente Brasil Popular com mais de 13 entidades, parlamentares, coletivos populares, partidos, conselhos municipais e o sindicato dos artistas de Rondônia manifestaram solidariedade à dançarina.  



Hoje está marcado um ato de protesto em frente à Assembleia Legislativa do Estado e novas notas de repúdio surgem a todo momento. 

O caso de Bárbara ganhou repercussão semelhante ao de Marcius Melhem, ex-diretor de humor da emissora,  acusado de assédio pela e atriz Dani Calabresa.

A dançarina portovelhense usou as redes sociais para denunciar que sofreu agressão verbal e física do deputado. 

Ao sair da casa de eventos para descansar da apresentação com Gabriel Parada e Banda, ela conta que foi abordada por um assessor do deputado que lhe fez uma proposta que considerou indecente e humilhante.

“Ele me ofereceu 100 reais para dançar perto da mesa do deputado. Eu estava trabalhando num evento, mas ele achou que podia me comprar para dançar pra ele”.

Como recusou, Bárbara diz que começou a receber provocações quando deixou o palco outras vezes para se refrescar do lado de fora da casa de eventos.

Depois de cerca de três horas de apresentação, o próprio deputado a teria abordado com ofensas.

“Ele começou a dizer coisas como ‘essa banda de merda’, ‘você muito metida’ e ‘você não é nada’, diz a dançarina.

Indignada, Bárbara diz que encarou o deputado e explicou que é dançarina profissional há duas décadas, que não se vendia para dançar para ele e que seus assessores a estavam humilhando por ter recusado a proposta indecente.

“Foi nessa hora do bate boca que ele me deu um tapa. Era pra pegar no rosto, mas atingiu meu corpo. Se eu não me afastasse não sei o que mais poderia ter acontecido”, relatou.

Bárbara Knightz é representante comercial, formada em engenharia de produção, dançarina com registro profissional da categoria e do Sindicato dos Artistas.

Ela dança desde os sete anos de idade e integra uma família e comunidade de tradição e valiosas contribuições com a cultura da capital.

“Posso não ser nada para o deputado, mas como mulher preta, dançarina profissional e militante da cultura popular, não calo. Vou me defender e denunciar para que outros, principalmente com função pública, não desrespeitem as mulheres. O que mais doeu em mim, não foi o tapa. Foi a oferta indecente pra eu dançar para ele”.

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