Começou nesta quinta-feira, 25, o Levante Feminista contra o Feminicídio, uma frente suprapartidária para a construção de uma ação conjunta pela vida das mulheres.
A campanha “Nem Pense em Me Matar”, apoiada na ideia: “Quem mata uma mulher mata a humanidade!” mobiliza mulheres de Norte a Sul do país.
Em Porto Velho, um ato com sapatos e cartazes foi realizado em frente ao Fórum Geral para simbolizar a importância da proteção integral às mulheres por meio de políticas públicas e ações judiciais.
Em Ariquemes faixas com protestos foram exibidas em frente a prefeitura e na praça da catedral.
A mãe de Tátila Estela, de 25 anos, encontrada morta no apartamento em que morava em setembro de 2020, participou do ato.
Verônica Portugal se empenha na campanha #justiçaportatila#NãoFoiSuicídio à espera do julgamento do acusado pela morte da filha.
Embora o crime de feminicídio esteja no Código Penal desde 2015, o assassinato de mulheres – apenas por serem mulheres – cresce diariamente no Brasil.
Os atos podem ser acompanhados nas redes sociais do Levante Feminista contra o Feminicídio: Twitter, Facebook e Instagram. As contribuições para o financiamento coletivo do projeto podem ser feitas neste link.
Com a hashtag #NemPenseEmMeMatar, a frente busca atingir um público amplo e disseminar a ideia de que a violência contra a mulher é um problema que afeta não só as famílias, mas a sociedade inteira.
da pandemia
No primeiro semestre de 2020, ano em que a pandemia de covid-19 se alastrou pelo mundo impondo a necessidade de isolamento social, foi registrado aumento de 1,9% deste crime de ódio. Nos primeiros seis meses, foram mortas 648 brasileiras, a maioria negras e vivendo em desigualdade social.
:: Uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil ::
Dados como esses e a falta de políticas públicas se agravam em um país que já ocupava o quinto lugar entre as nações que mais matam suas mulheres, conforme lista da Organização Mundial da Saúde (OMS). É com o objetivo de denunciar a omissão do Estado e exigir a proteção da vida delas que ao Levante Feminista se organizou.
Em manifesto construído de forma coletiva e tornado público dia 12 de março, a frente pontua de forma contundente que a existência de uma “cultura de ódio” direcionada às mulheres brasileiras precisa chegar ao fim. Também que a prática do crime de feminicídio “nunca esteve tão ostensiva e extremista” quanto agora, no governo de Jair Bolsonaro e sobretudo no contexto da pandemia do novo coronavírus.