Nestes tempos duros de pandemia da Covid-19, os desafios dos jornalistas aumentaram. No mínimo, se multiplicaram tamanho o grau de insensatez, negacionismo e ignorância que passou a ditar as regras no país.
No 247, por Virgínia Berriel
Desde que o atual presidente assumiu, os jornalistas e profissionais da imprensa passaram a ser perseguidos, ameaçados, xingados, atacados e até espancados. Não apenas pelo presidente, mas por parte de seu governo e também pelos seus fanáticos seguidores.
Os profissionais da imprensa passaram a correr muito mais riscos, num grau de vulnerabilidade nunca antes visto na história do Brasil. Ter que levar informação todos os dias para milhões de brasileiros, tornou-se um ofício de alto risco em nosso país.
Hoje a informação requer muito mais apuração e o tempo é outro. O tempo é on-line, em tempo real, o que obriga o jornalista a ter muito mais cuidado e feeling, desde a pauta até a matéria ser veiculada.
O mercado de trabalho para os profissionais da imprensa encolheu muito. À exceção dos que estão nos telejornais, nas grandes emissoras, ou nos grandes veículos impressos, a maioria teve que migrar para as mídias digitais e para assessorias de imprensa. Ao contrário do que muita gente imagina, a maior parte dos jornalistas trabalha sem os direitos trabalhistas garantidos. Muitos tiveram que virar pessoa jurídica e disputar espaço nesse mercado que encolheu. A categoria tem que se reinventar a cada dia.
A informação no Brasil, nesses tempos sombrios e difíceis de ataques permanentes à democracia, à liberdade de expressão e de imprensa, tem sido não apenas orientadora, mas efetivamente tem ajudado a salvar vidas.
Os jornalistas brasileiros estão salvando vidas com informação precisa, ética, isenção e transparência. Eles informam e sensibilizam a população da sua responsabilidade em defesa da vida, têm combatido a onda de desinformação, que é grande, no país.
Os veículos de comunicação como O Globo, Extra, G1, Estadão, Folha e UOL, tiveram que criar o consórcio da imprensa para informar a população sobre a Covid-19. Os dados da doença passaram a ser mapeados dia-a-dia, nos estados, com o balizamento do número de infectados e óbitos, o crescimento ou a redução da doença, compondo uma estatística transparente e extremamente confiável.
Na verdade, esta foi uma inovação dos veículos de imprensa e dos jornalistas para continuarem informando com precisão, já que os dados deveriam ser fornecidos pelo governo, mas este, por diversas vezes, sonegou e tentou omitir informações.
Os jornalistas, com o seu trabalho, têm combatido as fake news que são disseminadas aos montes, inclusive pelo próprio governo. A veracidade dos fatos, levada para milhões de brasileiros, tem transformado costumes e permitido que a população recorra, cada vez mais, a um instrumento confiável.
Podemos afirmar que o trabalho dos jornalistas, sejam eles empregados de grandes veículos de comunicação ou dos veículos alternativos e independentes, tem ajudado a salvar os brasileiros da ignorância e sido o suporte para denunciar ao mundo a barbárie que ocorre no Brasil.
Os profissionais da imprensa, os jornalistas são imprescindíveis. A informação é imprescindível, necessária. É luz para a vida e para os brasileiros.
O jornalista faz parte das categorias consideradas essenciais e é, sem dúvida, uma profissão crucial nesta pandemia. Os jornalistas arregaçaram as mangas e mostraram o seu valor, com credibilidade e transparência. Eles têm feito a diferença na linha de frente e mostrado a importância da profissão.
Não podemos aceitar mais ataques aos jornalistas e tentativas de constrangimento, sejam eles vindos da direita, do centro ou da esquerda.
Os profissionais da imprensa, independentemente da linha editorial do veículo de comunicação onde trabalham, precisam ser respeitados. O valor social do trabalho jornalístico contribui decisivamente para garantir a liberdade e a democracia.
No Dia do Jornalista, 07 de abril, temos que comemorar com orgulho e agradecimento. Os profissionais estão construindo uma nova história. Com coragem, se reinventaram e se lançaram aos novos desafios impostos pela pandemia na disputa da realidade, de novas narrativas essenciais nesses tempos entre a vida e a morte. A vida, com certeza, tem sido a grande inspiração e jornada.