A desarrazoada vacinação de quem atua na saúde nas redes púbica e privada

A desarrazoada vacinação de quem atua na saúde nas redes púbica e privada

Todos os dias acordamos com pavor de contrair a Covid-19 e ansiosos com a vacina que pode nos manter vivos.

Quando todos forem vacinados, centenas de milhares vão lembrar dos que perderam e pensar que poderiam estar vivos se o processo de imunização não tivesse demorado tanto.

O país tem mais de 370 mil mortos na pandemia e a média móvel de óbitos nos últimos sete dias chegou a 2.878.

Todos têm pressa, mas a quantidade de vacinas ainda é muito pequena e vai demorar para garantir vacinação em massa. A fila é longa e por isso foi criada uma lista de grupos prioritários pelo Ministério da Saúde.  

Segundo o consórcio de veículos de imprensa, Rondônia é um dos estados onde a vacinação é mais lenta. Apenas 8,82% da população teve acesso a primeira dose.  

Nos últimos dias o BLO tem recebido denúncias e queixas de vacinação de servidores da saúde e empregados de clínicas particulares, unicamente pelo critério de vínculo de trabalho na área da saúde, pública ou privada.

Ficou fácil para quem tem uma clínica vacinar filhos e parentes arrumando qualquer coisa para fazerem só para colocá-los na fila.

Nas redes sociais os que publicaram fotos recebendo a dose geraram muita indignação.

É tão injusto e imoral que apagaram assim que receberam os primeiros comentários com indignação.

Quantos vão morrer esperando entrar na fila, ninguém sabe. Certo é que muitos morrerão.

A reportagem questionou o cronograma e critérios de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho e obteve algumas respostas.

Por e-mail, a Superintendência Municipal de Comunicação (SMC) da Prefeitura de Porto Velho informou que “conforme a orientação do Ministério da Saúde, além dos servidores da linha de frente, trabalhadores do setor de saúde também já podem receber o imunizante. Para receber a vacina, é preciso somente “comprovar o vínculo com o estabelecimento de saúde, seja ele público ou privado”.

A recomendação do Ministério da Saúde é para que os gestores de saúde sigam a ordem de prioridades definidas, mas é garantido aos estados e municípios “montar seu próprio esquema de vacinação e dar vazão à fila de acordo com as características de sua população, demandas específicas de cada região e doses disponibilizadas”.

A assessoria da prefeitura informou que mais de 19 mil profissionais que atuam na área de saúde já receberam a primeira dose e mais de 10 mil, a segunda.

“Agora estamos avançando com a vacinação de todos os trabalhadores que atuam em áreas ligadas ao atendimento com Covid-19, em unidades públicas e privadas’, informou a Ascom.

Jovens de departamentos de Recursos Humanos comemoraram.

Bastou um cadastro para muitos jovens que não fazem nada relacionado à Covid serem vacinados.

A reportagem perguntou se alguma coisa estava sendo feita para evitar que espertalhões furem fila simulando trabalhos em clínicas particulares, mas não obteve resposta quanto a isso.

Há um critério para inclusão na fila muito frágil que privilegia servidores que não atuam na linha de frente e quem usa de má-fé só por trabalhar em estabelecimento ligado à saúde.

Não tem nenhuma razoabilidade tratar como prioridade quem não tem necessidade real de ser vacinado agora e muito menos em permitir e não investigar situações de fraudes na rede privada de saúde.

Hoje muitos vão morrer sem poder esperar a vacina que foi aplicada em quem podia esperar.

As fotos de vacinação que sugerem fraudes e priorização descabida serão encaminhados pelo BLO aos órgãos ministeriais.

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