País aplicou vacina da Pfizer em grupos prioritários e Coronavac no restante da população.
MONTEVIDÉU | AFP
A vacina Coronavac foi capaz de reduzir em 97% a mortalidade por Covid-19, segundo os resultados preliminares de um estudo realizado na população uruguaia.
Já a vacina da farmacêutica americana Pfizer reduziu a mortalidade em 80%. As porcentagens, porém, não são exatamente comparáveis, já que no Uruguai o imunizante da Pfizer está reservado para os maiores de 70 anos, profissionais da saúde e pessoas com comorbidades —ou seja, pessoas com maior chance de contrair o vírus e adoecer.
O estudo do governo uruguaio mostra, por outro lado, uma maior eficácia da vacina americana para impedir os contágios e as hospitalizações.
O relatório indica que, do número total de 712.716 pessoas totalmente imunizadas com Coronavac em 25 de maio, 5.360 tiveram resultado positivo para o coronavírus. Dessas pessoas, 19 precisaram de internação em UTI e 6 faleceram.
Da mesma forma, do total de pessoas imunizadas com a vacina da Pfizer na mesma data (149.329), 691 foram infectadas com o coronavírus, apenas 1 necessitou de hospitalização no CTI e 8 morreram. O relatório esclarece que, nesse caso, todos tinham mais de 80 anos.
Em percentuais, a redução de casos com a Coronavac é de 57% e, com a Pfizer, de 75%.
O relatório também observou uma eficácia de 95% para a Coronacac e de 99% para a Pfizer em reduzir hospitalizações em UTIs.
O estudo esclarece que os números são preliminares e “devem ser interpretados com cautela, pois não levam em consideração a idade das pessoas, suas comorbidades e grupos de alta exposição”, como os funcionários da saúde. Esses ajustes estatísticos serão comunicados em relatórios futuros.
Exemplo de gestão no início da pandemia, o Uruguai, de 3,5 milhões de habitantes e que nunca recorreu ao confinamento e mantém grande parte de suas atividades abertas, vive o pior momento da crise sanitária.
O governo do presidente Luis Lacalle Pou aposta todas as fichas na vacinação, que vem progredindo intensamente desde o seu início, em 1º de março. Atualmente, 47% da população já recebeu a primeira dose da vacina e 28%, a segunda.