O coletivo realizador do projeto Terra Cura, vem de público anunciar que a partir deste mês foi unilateralmente “convidado” a encerrar suas atividades coletivas e voluntárias de reflorestamento e permacultura no espaço onde está localizado o Teatro Jerusalém da Amazônia, que foi construído em terras da união, cedidas para o Clube Teatral Êxodo.
A retirada do projeto do interior da cidade cenográfica foi solicitada com o peso de um ultimato documentado pela Diretoria do Êxodo que alega apenas não mais ter interesse no trabalho de reflorestamento, recuperação de área degradada, implantação de um sistema agroflorestal, paisagismo, jardinagem, viveiro e laboratório para o desenvolvimento de técnicas de bioconstrução (construção com menor impacto ambiental e em harmonia com a natureza), atividades estas que o Terra Cura vinha desenvolvendo no local, primando sempre pelo cuidado com a terra e com o desenvolvimento do Ser.
A decisão unilateral da diretoria, em depor do espaço o Projeto Terra Cura e seus feitos eco ambientais, diga-se de passagem, é um fato lamentável e prejudicial, pois aquela área, dada a sua extensão, ainda sofre com as nocivas degradações causadas pelo desmatamento e outras desconfigurações ambientais ali ainda evidentes e promovidas pela ação humana, o que sugere e requer intervenções saudáveis como medidas de minoração e soluções quanto ao impacto do destrato ambiental de alguns anos, ali promovido.
Como medidas de tentar manter vivo, e contributivo ao espaço as ações planejadas, representantes do Projeto Terra Cura tentaram reunir com os diretores e fundadores do Clube Teatral Êxodo, para conversar e mostrar a importância do trabalho voluntário que realizaram no local, porém não tiveram nenhuma resposta sobre as solicitações encaminhadas, mostrando assim a forma arbitrária com que a atual diretoria se comporta, se esquivando e se eximindo ao diálogo com a sua comunidade de entorno e seus colaboradores. É lamentável esta postura, principalmente nos dias atuais, onde resta claro que o diálogo é o caminho mais sólido a se buscar para a harmonia e entendimento.
No entanto, há de se considerar e refletir sobre a postura atrofiada assumida pelo Grupo Êxodo, que reside num espaço de terra em área rural, cercada de produtores e agentes desse setor e que nega o diálogo franco e aberto, sobre a defesa e as saudáveis práticas ambientais do seu próprio espaço e entorno. Aliás o Clube Teatral Êxodo, é uma organização cultural conhecida e que, pelas suas práticas vigentes se diz signatária da coisa e da causa cultural, mas desdiz o que carrega na sua nomenclatura e titulação, a saber: ASSOCIAÇÃO CULTURAL DO CLUBE TEATRAL ÊXODO. Entretanto o que faz puir e macular a essência de sua nominação afinal, uma instituição de cultura, além das suas pertinências, também prega e preza pelas relações diplomáticas, pela defesa do meio ambiente e pelo enlace e fraternidade social.
O projeto Terra Cura, enquanto coletivo busca, exercer as suas atividades agregando um voluntariado diversificado com profissionais de áreas distintas e pessoas sensíveis às questões e valores das causas ambientais, e é formado por profissionais de diversas áreas de atuação, a saber: jornalistas, médicos, ambientalistas, engenheiros florestais, advogados, terapeutas, analistas de sistemas, administradores, empresários, publicitários, artistas da pluralidade cultural local, arquitetos, servidores públicos, professores, homens e mulheres do campo, dentre outros tantos.
Além de todos esses envolvimentos, o projeto Terra Cura acolhe em suas atividades estudantes de instituições de Ensino Superior, como os alunos de arquitetura da Faculdade São Lucas, de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e também do ensino técnico como os alunos de técnicas em edificações do Instituto Federal de Rondônia (IFRO) que chegam até o local buscando conhecimento sobre novas técnicas construtivas através da bioconstrução da Casa Mãe, um projeto piloto e invovador de construção sustentável e ecológica, sendo a primeira construção com a técnica de hiperadobe na região norte.
O projeto Casa Mãe é referência para estudos e práticas de biconstrução e no mês passado (fevereiro de 2022) foi apresentado no VIII Congresso de Arquitetura e Construção com Terra no Brasil, que aconteceu na cidade de Florianópolis e resultou em um artigo publicado nos anais do Terra Brasil 2022. Enquanto arquitetos de todo o Brasil, elogiavam a iniciativa e o projeto da Casa Mãe, o presidente do Clube Teatral Exôdo, o senhor Joel Limoeiro Martins, em mensagem de áudio enviada em um grupo de whatsapp da Associação do Clube teatral Êxodo – ACTE se refere ao projeto arquitetônico Casa Mãe como “um monte de barro velho,” demonstrando a repulsa, a ignorância, a hostilidade e a falta de respeito com que o presidente trata um projeto coletivo de biorquitetura e bioconstrução, que promove o avanço de novas tecnologias sustentáveis.
O projeto Terra Cura realiza também atividades, na Jerusalém da Amazônia, com parceiros como o Instituto Lixo Zero, movimento internacional que promove educação ambiental em todo o mundo. Afinal quando foi iniciado o reflorestamento na área o maior desafio foi sensibilizar os responsáveis pelo local a parar de jogar todo o seu lixo nas erosões às margens do rio das Garças e igarapé e destinar os resíduos de forma adequada.
Enquanto Coletivo voltado ao meio ambiente e educação ambiental, promovemos atividades de educação ambiental com os alunos da Escola Jerusalém da Amazônia, realizando palestras e atividades de plantio com as crianças, visando a conscientização em relação a preservação daquela área e a importância de manter a floresta em pé.
O coletivo Terra Cura foi “convidado” a encerrar suas atividades na Jerusalém da Amazônia (quanto ao futuro, ainda é incerto), mas uma certeza é que sempre estaremos atuando com o reflorestamento e propagação da Permacultura em espaços, onde a defesa e o cuidado com o meio ambiente, onde o uso equilibrado e saudável do solo e dos espaços seja possível e compreendido e, onde a vida humana e da natureza sejam cultivadas e regadas tendo o cuidado com o outro e a partilha justa como princípios inegociáveis.
Infelizmente ainda não conseguimos recuperar toda área degradada e concluir o projeto de bioconstrução Casa Mãe, uma vez que este projeto sempre foi feito pelo coletivo e para o coletivo.
O Terra Cura agradece o apoio e respeito dos moradores da comunidade, instituições públicas e privadas, à direção e professores da Escola Municipal Jerusalém da Amazônia e a diretoria anterior do Grupo Êxodo que sempre nos incentivou a recuperação da degradada no local.
O coletivo torna público que segue firme, com a certeza de toda a contribuição que faz para aquela área que, de acordo com o artigo 2º do Código Florestal, tem como finalidade precípua proteger a cobertura vegetal, onde encontra-se expressamente elencada como Floresta de Preservação Permanente, as áreas situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d`água.
O Coletivo Terra Cura reforça sua imensa gratidão a cada ser humano que passa por ali e se doa de coração e boa vontade e compartilha com o nosso coletivo a vivência em harmonia com a natureza, o respeito ao próximo e as diferenças, o resgate de saberes ancestrais e a cura pela natureza.
Para darmos esclarecimentos, informes, bem como prestarmos satisfação social, ambiental, e trazer ao conhecimento público e, a quem quiser e interessar possa, sobre todas as ações que realizamos desde 2016 até o presente momento, disponibilizamos através do link Ações Terra Curaum relatório descritivo com texto e fotos das atividades.
da assessoria