O ANTIFENÔMENO; A jornada presidencial de Sergio Moro

O ANTIFENÔMENO; A jornada presidencial de Sergio Moro

Revista Piauí – A missa de domingo na Catedral da Sé na cidade do Crato começa pontualmente às 19 horas. Na noite de 6 de fevereiro, cerca de 250 fiéis ocupavam os bancos enquanto aguardavam o padre Raimundo Pedro, que acabou se atrasando. Quando finalmente chegou ao altar, às 19h11, o pároco não precisou se explicar. Pouco antes do começo da missa, um ajudante paroquial deu os primeiros recados da noite e uma pista do motivo da demora: “Temos hoje aqui a presença do juiz Sergio Moro e do senador Eduardo Girão”, disse. O público recebeu o aviso com indiferença. Quase ninguém olhou ao redor tentando localizar os visitantes ilustres.

O padre rezou a missa normalmente, mas, antes da bênção final, achou que devia justificar a presença de Moro e sua comitiva, que se acomodaram nos bancos intermediários, nem na frente nem nos fundos da igreja. Disse que, minutos antes da missa, fora procurado na sacristia pelo filho de um “nobre cidadão cratense”, que estava acompanhado do ex-juiz e de outras autoridades. Houve silêncio. “Nosso costume, como brasileiro, como nordestino, como cearense, é de acolher bem a todos. Sejam bem-vindos”, disse o pároco, convocando os fiéis a bater palmas para os visitantes. O aplauso durou sete segundos.

Envie seu Comentário

comments