Entre os que apontam a questão econômica como principal desafio, 47% vão votar em Lula, contra 21% que preferem Bolsonaro.
Por Tiago Pereira, da RBA
São Paulo – Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) revela que a maioria dos entrevistados (51%) considera a economia o principal problema do Brasil. A preocupação dos brasileiros com esse item, que agrega temas como desemprego, inflação e crescimento econômico, cresceu 16 pontos percentuais em um mês. E atingiu a maior taxa desde julho do ano passado, quando estava em 28%. De fevereiro para cá, caiu de 27% para 12% os que apontam a saúde como o principal problema. Questões sociais (11%) e corrupção (10%) aparecem logo atrás.
O levantamento foi feito nos três dias seguintes à alta nos preços dos combustíveis, anunciada no último dia 10 pelo governo. Desde o ano passado, o que tem influenciado no aumento da inflação como um todo. Por outro lado, o Auxílio Brasil de R$ 400, pago a partir de janeiro, a cerca de a cerca de 17 milhões de famílias parece ter sido insuficiente para impulsionar a economia. Apesar disso,
Ao mesmo tempo, após pico entre o final de janeiro e início de fevereiro, os números de casos e óbitos pela covid-19 começaram a cair, o que justifica a redução na preocupação com o tema da saúde.
Nesse sentido, entre os que apontaram na pesquisa a economia como principal problema, 47% dizem que vão votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. Nesse quesito, Bolsonaro (PL) aparece com 21% da preferência do eleitorado. Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) aparecem empatados na terceiro colocação, com 7%.
Percepções
A situação da economia e as lembranças de legados da gestão tornam a probabilidade de crescimento de Bolsonaro improvável. No momento, 58% dizem lembrar do governo Lula como ótimo/bom e apenas 18%, ruim/péssimo. Desse modo, são 56% os que dizem que votam ou podem votar no ex-presidente, enquanto 42% dizem que não. Já com relação a Bolsonaro, a rejeição é de 63%, enquanto sua probabilidade de voto se limita a 34%.
Para 60%, a economia piorou no último ano. Mas esse índice vem caindo. Em janeiro, 66% apontavam essa piora. Em novembro do ano passado, 73% diziam que a situação econômica do país piorou. Por outro lado, o avanço entre os que acham que a economia melhorou é mais recente. Há um mês, eram 13%, contra 19% agora. Entre novembro e janeiro, tal grupo somava entre 11% e 12%. Outros 20% disseram que a situação econômica ficou do mesmo jeito, contra 23% no mês passado.
Olhando para frente, 46% dizem que a economia deve melhorar nos próximos 12 meses. Em fevereiro, os otimistas somavam 44%. Entretanto, aumentou de 28% para 30% aqueles que acham que as condições econômicas devem piorar. Para outros 20%, tudo deve ficar do mesmo jeito. Eles eram 24% há um mês.
Finanças pessoais
Além disso, desde o início do ano, vem aumentando a dificuldade das pessoas de arcar com seus compromissos financeiros. Para 56%, piorou a capacidade de pagar as próprias contas nos últimos três meses. Em fevereiro, 53% apontaram essa piora, ante 51% no mês anterior. Nos dois últimos levantamentos, no entanto, 18% diziam que sua capacidade de pagar as contas havia melhorado. Agora, são 15%.