Jornalistas Livres – Há dezenas de etnias em Brasília, centenas de indígenas de todos os cantos se reúnem no Complexo Cultural da Funarte. Uma grande aldeia se estabelece em defesa dos direitos escritos na Constituição, e pela vida e pela preservação do meio-ambiente, das florestas, da água e do ar. É como um vento, algo invisível que mexe as folhas das árvores, traz frescor nas ideias dum mundo que anda triste.
Há esperança na persistência indígena que, de repente, invade o Eixo. Monumental é a coragem deles, descubro diante do Estádio Mané Garrincha, que no horizonte do ocaso parece uma grande casa de índios. É capital, mas é aldeia.
É o Acampamento Terra Livre, nome tão fértil à vontade de tantos, um disparate na intenção de poucos governantes que querem meter insanidades nas leis atuais.
Os indígenas querem sustentar o planeta em suas mãos. Ele pesa, mas tão leve se mostra no grande acampamento, flutua tão próximo do chão. Os homens suportam seus cocares, lindas plumas entre mulheres pintadas de preto. Entoam seus cantos, tão finas vozes, aguda é a certeza.
É bonita a manhã, e a noite parece uma poesia de Thiago de Mello. Se muitos dançam e cantam é porque celebram a resistência, o amanhã está apenas começando.