O dramático levantamento foi apresentado nesta sexta-feira, 17, na Arquidiocese de Porto Velho, com a presença de movimentos sociais, de trabalhadores e trabalhadoras que sofreram violações de direitos, de membros da comunidade científica, autoridades públicas, de órgãos da justiça e representante nacional do programa de proteção a defensores.
A 37ª edição do Caderno de Conflitos no Campo Brasil expõe a violência no campo no país e, sobretudo, na Amazônia, região mais afetada pela necropolítica imposta pelo governo Bolsonaro, que estimula conflitos e criminaliza a luta pela terra.
Com o desmantelamento dos órgãos e instituições públicas voltadas à questão socioambiental e agrária brasileira, foi registrado um aumento da violência em 418 territórios, sendo 23% de terras indígenas, 23% de quilombolas e 14% de posseiros.
Só em 2022, 19 pessoas foram assassinadas em conflitos no país.
Os dados preliminares revelam que, até maio deste ano, cinco indígenas e três ambientalistas foram assassinados. E não estão incluídos os recentes assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari, no Amazonas.
Em relação ao percentual de aumento da violência foi registrada 94% de ampliação na comparação entre 2020 e 2021.
Na verticalização das informações em relação aos estados da Amazônia, Rondônia novamente, aparece com maior número de assassinatos em decorrência de conflitos no campo. Dos 35 assassinatos registrados em todo país, 11 ocorreram em Rondônia.
Este é o cenário que as dinâmicas agrárias brasileiras movidas pela bancada ruralista atreladas à economia da destruição que leva morte a camponeses e camponesas, povos indígenas e comunidades quilombolas.
Desde 1985 a Comissão Pastoral da Terra publica o Caderno de Conflitos no Campo, movida por seu caráter pastoral para estimular o protagonismo dos povos e comunidades em permanente luta pelo direito à terra e trabalho.
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