Poema de Flávio Pereira
As comunidades indígenas exterminadas
A justiça com os olhos bem vendados
Ativistas eliminados na facada
E o som que se ouve é do machado
Os Quilombos de quebra isolados
A grande mídia fugindo do assunto
Os fuxicos independentes mostram ao mundo
O sofrimento, o choro e o castigo
Se a justiça tá do lado desse povo
A bolacha tá do lado que mastigo
As castanheiras exterminadas das aldeias
Iracema chorando o seu sangue
Não se ouve o zumbido das abelhas
O peixe fresco envenenado pelo bronze
A madeira da floresta virou brasa
A sobrevivência desse gente é de ontem
Estão perdidos em seu berço sem ter casa
Madereiro essa gente não é bicho
Se a justiça tá do lado desse povo
A bolacha tá lado que mastigo
O índio procura no alto da faveira
O grasnado eloquente da arara
Que ficava com a sua companheira
Disputando seu espaço na galhada
Mas, o tráfico conivente da madeira
Apoiado pelos grandes lá de cima
Contribui com a extinção e a chacina
Dessa fauna que convive com o risco
Se a justiça tá do lado desse povo
A bolacha tá do lado que mastigo