MAIS MULHERES NA URNA – MAS COMO VICES

MAIS MULHERES NA URNA – MAS COMO VICES

Revista Piauí – Nas chapas para o Executivo, função principal para os homens e função auxiliar para as mulheres. Nas eleições deste ano, mulheres representam apenas 17% dos candidatos a governador e presidente; entre os postulantes aos cargos de vice, são 39%.

Quatro anos depois do assassinato de Marielle Franco, as candidaturas de mulheres pretas cresceram 40%, correspondendo a 6% do total. Os registros do TSE também mostram que o número de candidaturas de policiais militares quase dobrou desde 2010. E, de novo, os candidatos do Novo são os mais ricos: declararam, em média, mais que o dobro em bens que os candidatos de outros partidos. O =igualdades desta semana traça o perfil das candidaturas da eleição de 2022.

Nas chapas para presidente e governador, é duas vezes mais comum achar mulheres na função de vice do que na cabeça de chapa. Este ano, as mulheres são apenas 17% dos candidatos a presidente e a governador. Entre os candidatos a vice, elas são 39%. No cômputo geral, considerando todos os cargos, a proporção de candidaturas femininas subiu de 32% em 2018 para 34%. Essa porcentagem cumpre a previsão legal de ao menos 30% de candidaturas femininas, mas está longe de refletir o eleitorado, composto 53% de mulheres.

Nas eleições de 2018, foram registradas no TSE 1,2 mil candidaturas de mulheres que se autodeclaram pretas. O número neste ano saltou para 1,7 mil, um aumento de 43%. O grupo representava 4% dos candidatos há quatro anos, e agora chegou a 6%, proporção similar à de pessoas pretas no conjunto da população brasileira (7%).

Candidatos que se autodeclaram pretos ou pardos são 50% do total – em números absolutos, cerca de 14,5 mil pessoas. A porcentagem, no entanto, varia de acordo com o cargo. Pretos e partos só são maioria nas candidaturas a deputado estadual e distrital, sendo 52% do total. Eles são minoria entre os candidatos a presidente e a vice-presidente (25%), senador (31%), governador (38%) e deputado federal (48%).

O patrimônio médio dos candidatos à eleição deste ano, considerando todos os cargos, é de R$ 210 mil, segundo as declarações de renda feitas ao TSE. Já o patrimônio médio dos candidatos do partido Novo é consideravelmente maior: R$ 486 mil. Essa mesma diferença foi notada na eleição de 2018.

A quantidade de policiais militares candidatos praticamente dobrou nos últimos doze anos. Em 2010, 464 PMs registraram candidaturas nas eleições gerais. Quatro anos depois, em 2014, foram 569. Em 2018, 603 tentaram a eleição. No pleito deste ano, 823 policiais militares estão se candidatando.

O Republicanos superou o PSC como partido com o maior número de candidatos que se apresentam como religiosos. Nas eleições de 2018, para cada 10 candidatos do Republicanos (na época, PRB), havia 17 no PSC. A proporção se inverteu em 2022: há 17 candidatos religiosos no Republicanos para cada 10 do PSC.

O PT nos últimos anos se tornou um partido de candidatos mais velhos e escolarizados. Na eleição deste ano, a média de idade dos candidatos petistas é de 52 anos, a maior dentre todos os partidos. E 73% desses candidatos completaram o ensino superior – na média geral dos partidos, a proporção é de 55%. O único partido mais escolarizado que o PT é o Novo, em que 84% dos candidatos têm diploma de ensino superior.

Fonte: Dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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