“É com muita alegria que a prefeitura municipal da folia popular e o governo do estado de amor e paz, convocam todos, todas e todes para o desfile do cordão mais democrático da capital. A fervura será no dia 12 de fevereiro, com previsão de chuvinha antes dos clarins de Momo ecoarem, que é pra manter a tradição de refrescar o folião”, poetiza Ernande Segismundo, fundador do Bloco Pirarucu do Madeira.
O bloco chega aos 30 anos de sua fundação mantendo a tradição de desfilar sem cordas, sem abadás e com a orquestra Puraqué tocando frevo, marchinha e samba com os pés no chão.
Com o tema A Arte Popular de Lu Silva, vai celebrar a vida e produção artística da atriz, cenógrafa, estilista e bonequeira, Maria Luiza Silva, carnavalescamente conhecida como ‘Maria da Chave’ que comanda a Corte do Rei Momo e abre a folia na capital.
A homenageada reflete o valor cultural do teatro que sempre foi reverenciado no bloco com bonecos gigantes e performances de profissionais da arte cênica local.
No carnaval de 2023 o bloco que não tem finalidade lucrativa, contará com o apoio da prefeitura de Porto Velho e parceiros empresariais que serão anunciados nos próximos dias.
A concentração da folia começa a partir das 15 hs, onde se encontram as avenidas Pinheiro Machado e Rogério Weber. O desfile tem previsão de início por volta das 17 hs.
“Estamos nos dedicando para dar o nosso melhor aos foliões do Pirarucu do Madeira. Vamos anunciar em breve novidades, mas adianto que teremos prévias carnavalescas do bloco”, disse Segismundo
Sobre o tema
A Arte Popular de Lu Silva
A cidadã Maria Luiza Silva (Lu Silva), também conhecida como a foliã Maria da Chave, surge para o cenário da cultura de Porto Velho quando se insere nesses movimentos atuando no teatro como, atriz, cenógrafa, estilista, bonequeira, após ter vivido por certo tempo em São Paulo onde, ainda mui jovem, aprendeu o oficio, os segredos e a prática da alta costura chegando a fazer e produzir figurinos para famosos que atuavam na televisão e noutras áreas culturais. Formada em arquitetura, Lu Silva por várias vezes atuou como julgadora de desfiles de escola de samba e festivais folclóricos, tipo o Arraial Flor do Maracujá e outros certames dessa seara.
Após participar e ser premiada em salões de arte (SART) em nossa cidade, Lu Silva encontrou no carnaval um fértil espaço para mostrar as suas habilidades e talento quando, por alguns anos, produziu o figurino da Côrte do Rei Momo e, também, contribuiu na organização das apresentações dessa formação nos bailes oficiais e outros eventos da quadra carnavalesca.
Um fato curioso deu origem a seu pseudônimo (Maria da Chave), quando da realização do Baile Municipal em 2011. Justo na hora da entrega da chave da cidade pelo Prefeito ao Rei Momo, a danada da chave sabe-se lá porque sumiu e o cerimonial do evento ficou comprometido até que, após um frenético corre-corre para localizar o símbolo da posse de sua alteza o Rei da Folia o objeto foi encontrado e a festa do povo aconteceu com brilhantismo e alegria transbordantes.
A Lu Silva reflexiva e cuidadosa, para garantir que esses atos cerimoniais não mais fossem repetidos e comprometessem o evento, pela falta da chave, ela que respondia pelo figurino da corte, tratou de criar para si um figurino alinhado aos modelitos da composição momesca e se inseriu no elenco da corte do rei como como a guardiã da chave para que, na hora da cerimônia, o objeto não mais desaparecesse. Assim ela, ad referendum, fez-se, vestiu-se e revestiu-se de Maria da Chave, criando talvez, um personagem único na história do carnaval.
Ave, Maria Ave, Ave Maria da Chave!
Por: Altair Santos (Tatá)