Por Antônio Serpa do Amaral Filho – Do Mocambo a Moscou, ficaram as pegadas indeléveis de uma maratona epopeica, no meio da qual o escritor vivenciou páginas existenciais cinematográficas, como o fato de um jovem karipuna, nascido em Fortaleza de Abunã, em plena Guerra Fria, visitar o Mausoléu de Lênin, onde estava exposto o corpo do líder fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – Wladimir Lênin.
Era um tempo em que, no cordão dos sonhos e da esperança daquela geração de militantes de esquerda, a Utopia posava de deslumbrada porta-estandarte, cheia de galhardia e alvissareiros horizontes históricos! Todos eram confessos de uma só crença: a construção da sociedade comunista ideal estava logo ali na esquina do tempo!
O jornalista Zola Xavier da Silveira, nascido em 21 de abril de 1954, filho de Maria dos Anjos Gomes da Silveira e Dionísio Xavier da Silveira, no bojo do caldeirão dos fatos da vida, viu, acompanhou e em muitos casos viveu os capítulos dos eventos que fizeram a história da realidade humana contemporânea: o desmanche da União Soviética, a Queda do Muro do Berlim, a consagração da Revolução Cubana, a Ditadura Militar de 64, o Estado Novo de Trancredo Neves e a Redemocratização do Brasil até os dias que correm, tenebrosos dias de Pandemia e bolsonarismo fascista ameaçando todo dia a nossa Democracia! Pesquisador da história antiga dos velhos territórios federais do Guaporé e de Rondônia, o escritor promete nos contar boas estórias nesta obra! Vamos degustá-las!
O nosso caçador de alfarrábios, após concluir o ginasial no Colégio Dom Bosco de Porto Velho, em 71 foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou no Banco do Estado do Rio de Janeiro e na construção da ponte Rio-Niterói, em 1974, e no Sindicato Nacional dos Aeronautas. Foi diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários do Rio, eleito em 1979. Participou intensamente dos movimentos pela Anistia e pelas Diretas. Em 1981 participou das comemorações do 1º de Maio na Praça Vermelha, em Moscou, em uma delegação da Unidade Sindical representando o sindicalismo brasileiro. Secretário de comunicação da prefeitura de Maricá, durante o primeiro governo de Washington Quaquá eleito em outubro de 2008. Em setembro de 2019, no Teatro Guaporé em Porto Velho, lançou o documentário Caçambada Cutuba – A história que Rondônia não escreveu.
Agora, oferece ao público leitor a obra Uma Frente Popular no Oeste do Brasil, em treze textos escritos artesanalmente com o objetivo de montar o mosaico político, social e cultural construído com a participação de vários personagens daquela página histórica, tendo à frente, e já na abertura da obra, o médico e líder político Renato Borralho de Medeiros, que comandou a Frente Popular que derrotou o coronel Ênio Pinheiro, candidato de Aluízio Ferreira no último embate eleitoral entre Cutubas e Peles-curtas, nos idos de antanho do Território Federal do Guaporé – depois Rondônia.
O livro de Zola Xavier será lançado dia 24 de março, na Casa da Cultura, centro da capital, a partir da 19h00, onde ocorrerá também uma exposição de banner com reprodução de matérias jornalísticas produzidas pelos jornais Alto Madeira e Guaporé, fontes históricas que serviram de suporte para os textos jornalísticos do autor sobre os temas abordados na sua obra, pela editora Aquárius/MG.
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