“Kika Não Foi Convidada”, um roteiro inédito de Juraci Júnior, levou o prêmio de Melhor Projeto do 25º Laboratório de Projetos de Curta-Metragem do Festival Curta Cinema – 33ª edição
O projeto “Kika Não Foi Convidada”, um roteiro de ficção inédito de curta-metragem do cineasta porto-velhense Juraci Júnior, foi vencedor da 25ª edição do Laboratório de Projetos de Curta-Metragem do Festival Curta Cinema, que acontece há 33 anos no Rio de Janeiro. O laboratório tem como principal objetivo fomentar a realização de curtas-metragens nacionais. Foram mais de 150 projetos inscritos de todo o país.
Juraci, idealizador e roteirista do filme, esteve na capital carioca e participou do laboratório, que contou com a consultoria de três renomados profissionais atuantes na área audiovisual. Nesta edição, Flávia Castro, Felipe Scholl e Clementino Junior foram os consultores responsáveis pela orientação dos 12 (doze) projetos de curta-metragem selecionados no Brasil.
Para o cineasta, a experiência do laboratório foi enriquecedora tanto pela oportunidade de troca com os profissionais referência no audiovisual nacional, quanto com os demais projetos participantes, proporcionando um ambiente diverso de diálogo entre diferentes olhares e expertises, contribuindo positivamente para a construção das histórias que cada um deseja contar.
O projeto vencedor conta a história de Kika, uma menina preta da periferia da cidade de Porto Velho, que descobre que não é bem-vinda em uma festinha de aniversário no bairro. Enquanto aprendem sobre o valor de uma verdadeira amizade, crianças ensinam sobre empatia e acolhimento, ao desenrolar da história.
A proposta premiada, direcionada ao público infantojuvenil, aborda problemas sociais como a aporofobia, que é a aversão a pessoas pobres e o racismo. O conflito central do filme gira em torno de uma situação real, presenciada na infância do roteirista.
Para Juraci, o momento do anúncio do primeiro lugar foi como se o tempo rodasse em câmera lenta. Enquanto ouvia o título da obra, sua memória viajava ao exato momento da cena vivenciada na infância, na zona sul de Porto Velho, e que inspirou o filme. “Voltei àquele instante compartilhado com outras crianças, passando por toda trajetória até chegar aqui: as dificuldades para chegar até ao festival com recursos próprios, a dificuldade que todo artista brasileiro tem de produzir”, relata.
O sentimento, completa, foi sobretudo de gratidão “por estar nesse espaço, por ter a oportunidade de receber o prêmio em um festival nacional e internacionalmente reconhecido e que, por fim, é também um recado para o restante do Brasil e do mundo: o Norte existe”, finaliza o realizador. O projeto vencedor recebeu o Prêmio Conecta Acessibilidade, com a produção das três acessibilidades: audiodescrição, Libras e legendas descritivas e o Prêmio Link Digital – Serviço de encode DCP para a obra, formato padrão para exibição do filme no Brasil e no exterior.