Documentário registra a vida e a obra do compositor Ernesto Melo

Documentário registra a vida e a obra do compositor Ernesto Melo

Por Adaides Batista dos Santos – Dadá – Ernesto Melo, conhecido carinhosamente como “o poeta da cidade” de Porto Velho, é o protagonista de um documentário que celebra sua vida e obra. Este compositor popular, cuja música e poesia capturam a alma e a história de Porto Velho, no documentário convida o público a uma viagem pelos bairros antigos da cidade, onde canta suas canções e conversa com antigos moradores, poetas e compositores, sobre a história da cidade de Porto Velho e seus bairros.

O projeto “Mestre Ernesto Melo canta Porto Velho” foi contemplado e é subsidiado pelo incentivo da Lei Paulo Gustavo. Érika Melo, a filha do poeta da cidade, assina o roteiro e a produção do documentário em média metragem – 30min, que promete ser um belo registro profissional em vídeo,  da obra e da vida do compositor consagrado como o poeta que, em seus versos, canta os locais, as paisagens, os encantos, os amores, o cheiro, o perfume, as mulheres, as dádivas e o “jeito” da cidade de Porto Velho.

Ernesto Melo, Contador, funcionário público federal aposentado do Ministério do Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Rondônia, nascido na residência da família nos idos de agosto de 1.951, na Rua Gonçalves Dias, 163 – CENTRO, em Porto Velho, Rondônia, é sambista. E dos bons. Escreve, toca violão, banjo e cavaquinho, tendo sido um compositor mais voltado para escrever sobre Porto Velho, sua história e suas estórias, suas nuances e situações, sobre nossos personagens folclóricos e artísticos; e sobre os bairros antigos de Porto Velho, notadamente, o Mocambo.

“Sou intérprete por necessidade, pelo dever de ofício de cantar nossa cidade, aos jovens, para que o amor e o interesse por suas raízes não se diluam no tempo e no espaço do resgate oral, haja vista carecermos, há tempos, de um Museu da Imagem e do Som. Aos mais vividos, tento passar as reminiscências, sem o ranço do saudosismo mórbido, do início de nossa história, que por si só, é tão recente. Aos migrantes, tento oferecer um pouco da história oral desse povo acolhedor e da terra que passou a também ser sua”, declara Ernesto Melo.

Conforme o roteiro de Érika Melo, o documentário registra o poeta da cidade visitando bairros antigos da cidade e lá encontra com amigos e aí rola uma conversa sobre a história do bairro e canta-se a canção autoral do poeta sobre aquele bairro.  Por isso já se avalia que a trilha sonora do documentário será simplesmente de primeiríssima qualidade.

Numa das cenas do documentário mostra Ernesto e o Mestre Bainha – o maior baluarte do samba de todos os tempos do estado de Rondônia -, no bairro Mocambo, sentados em uma mesa, na Praça São José. Cantam juntos a música “Amanhecer no Mocambo”. Em seguida, relembram histórias marcantes do bairro centenário, onde parte da boemia de Porto Velho se reunia nos bares, cabarés e festas.

Em outra cena do documentário, Ernesto Melo andando pelo bairro Arigolândia, encontra-se com Gervásio, morador antigo do bairro e uma lenda viva do futebol porto-velhense.  Juntos cantam a canção “Arigolândia uma história”, e depois conversam sobre as pessoas e lugares citados na música, a história e momentos vividos na região do bairro Arigolândia. A música “Arigolândia uma história” está registrada no último trabalho do compositor “Mestre Ernesto Melo, O Poeta da Cidade Vol. II”, e tem uma letra primorosa, destacando o belo verso “Arigolândia se esconde, naquela curva do rio”.

No documentário, Ernesto não apenas canta suas canções, mas também compartilha histórias e memórias dos tempos passados. Cada melodia é entremeada com conversas íntimas onde ele relembra a infância, os personagens icônicos e os eventos que moldaram a identidade dos bairros históricos. Suas palavras e melodias são uma homenagem aos lugares e pessoas que fizeram parte da evolução cultural de Porto Velho.

Ernesto Melo nos anos 2000 fundou o Grupo “A Fina Flor do Samba”. Em 2018, foi reconhecido pelo Ministério da Cultura como Mestre da Cultura Popular Imaterial e no ano de 2020 recebeu o Título de Imortal da Academia Rondoniense de Letras, Ciências e Artes – ARL, ocupando a cadeira de n° 13 cujo Patrono é José Alves da Silva, o saudoso  Zezinho Maranhão.

O documentário é mais do que uma biografia musical; é um registro afetivo da memória coletiva de Porto Velho. Através dos olhos e da voz de Ernesto Melo, o público é convidado a redescobrir e valorizar a rica herança cultural da cidade. Em cada acorde e em cada verso, Ernesto demonstra seu amor profundo por Porto Velho e seu compromisso em preservar suas histórias para as futuras gerações.

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