Ji-Paraná sedia I Encontro Estadual contra o Feminicídio, Transfeminicídio e Lesbocídio

Ji-Paraná sedia I Encontro Estadual contra o Feminicídio, Transfeminicídio e Lesbocídio

O encontro tem grande importância, pois Rondônia ocupa o primeiro lugar no ranking de feminicídios e o segundo lugar em homicídios de mulheres no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

É hora de debater e agir para frear a violência contra as mulheres.

O evento que propõe esse esforço coletivo será neste sábado, 3, no auditório do campus do IFRO de Ji-Paraná.

O encontro  começa às 08 hs com mística, painel expositivo sobre o cenário de violência contra a mulher e o crime de feminicídio no estado e formação de grupos de trabalho com eixos temáticos.

No período da tarde  os grupos vão apresentar Plano de Ação, detalhamento dos Eixos Temáticos no desenvolvimento e definição das ações estratégicas do Levante Feminista na execução da Campanha contra o Feminicídio, Transfeminicídio e Lesbocídio.

O encerramento será com debates e encaminhamentos.

O evento em Ji-Paraná é uma preparação para o I Encontro Nacional do Levante Feminista contra o Feminicídio, Transfeminicídio e o Lesbocídio, que será realizado na primeira quinzena de novembro/2024 em Brasília. A indicação das delegadas que vão participar do encontro nacional será definida neste fim de semana.

Será o início do processo de interiorização das ações da Campanha “Nem pense em nos matar, Quem mata uma Mulher mata a Humanidade”.

Um abaixo-assinado do Levante Feminista já está disponível:

https://www.change.org/p/supremo-tribunal-federal-nem-pense-em-me-matar

Quem quiser participar do encontro estadual e ter acesso ao material que será disponibilizado precisa se inscrever no link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd22nFQWFnHHhEYDsuIRwawWgEVb5cJqZa4aDbCfPzBW5d5bg/viewform?usp=sf_link


Panorama da Violência contra Mulher e Feminicídios em Rondônia

 

A violência contra a mulher baseada em Gênero, se estabelece, na sua maioria, numa relação que envolve mulheres e homens. Isto pressupõe, que as várias violências praticadas contra as mulheres no seu cotidiano são recorrentes, e, seguem acumulando uma situação de pavor e horror dentro do espaço doméstico, formando um ciclo de múltiplas violências sofridas pelas mulheres quando se encontram dentro de uma relação abusiva, sendo tipificadas como: violência doméstica, psicológica, sexual, patrimonial e moral etc. entre outras.

Conforme os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no Brasil, nos últimos dois anos, 2.695 mulheres foram mortas pela condição de serem mulheres – 1.354 em 2020 e 1.341 em 2021. Entre 2016 e 2021, a quantidade de feminicídios cresceu cerca de 44,3%, passando de 929 casos, em 2016, para 1.341 morte de mulheres por crime de ódio ou somente pelo fato de serem mulheres.

Outro fenômeno, indicado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP/2024), é o crime de estupro, onde registra um estupro a cada seis minutos. O Anuário Brasileiro, revelou ainda que a violência contra mulher cresceu em 2023, aponta que o número do feminicídio subiu 8% em relação ao ano anterior, com 1.467 mulheres assassinadas por razões gênero.

A edição de 2024 do Atlas da Violência (IPEA/FBSP), apresenta dados de violência contra mulheres e meninas, a partir dos atendimentos no sistema de saúde em 2022, onde revela que foram mais de 140 mil casos de violência doméstica contra mulheres e meninas de todas as faixas etárias. Este cenário de violência, torna-se ainda mais sinistro, quando os dados revelam que a violência se inicia ainda na primeira infância e continua até a idade dos 70 e 80 anos.

No Estado Brasileiro, de acordo com o Anuário de Segurança Pública (2023), Rondônia aparece com a pior taxa de homicídio de mulheres e de feminicídio, onde o crescimento do assassinato de mulheres e feminicídios, dispara em escalas alarmantes, tanto a de feminicídios (3,1 vítimas por 100 mil habitantes), quanto a de homicídios femininos (11,2).

Por fim, o Estado de Rondônia, aparece no ranking do feminicídio como o estado que mais mata mulheres. As referências de dados apontam um crescimento da taxa de 5,5 para 11,2 em homicídios femininos, e de 1,8 para 3,1 em feminicídios, isto quando se verifica a incidência do crime em relação à população estadual e não o número absoluto de mortes (FNSP/2023).

 

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 A morte, o assassinato de mulheres nos jornais, espalhadas pelos quatro cantos das cidades brasileiras, tem sido a realidade que a sociedade tem convivido rotineiramente. Cabe tanto aos órgãos de governo, como a sociedade permanecer vigilantes e desconstruir esse comportamento de estado patriarcal que coloca mulheres e meninas em situação de extrema vulnerabilidades. Importa agora, nesta jornada, romper tanto com esse estado de violências sobre os corpos femininos, como, com a sua naturalização na sociedade.

O encontro estadual é para fortalecer a luta dos movimentos sociais, coletivos de mulheres e feministas contra todas as formas de violências baseadas em gênero e o feminicídio em Rondônia.

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