Revista Fórum – A popularização de sistemas de inteligência artifical generativa, os chatbots interativos — como o ChatGPT, da OpenAI, ou o Gemini, da Google — pode ser um exercício mais interessante para o consumidor final, por trazer resultados personalizados e informações mais complexa, maso custo para o planeta tem sido alto.
Especialistas indicam que IAs generativas consomem até 30 vezes mais energia do que ferramentas de busca usuais, como a barra de pesquisa da Google (que, ironicamente, também já faz uso de IA para melhorar o acesso a resultados).
Além da energia, as emissões de carbono desses sistemas são muito mais altas — é o que diz a pesquisadora Sasha Luccioni. Os servidores que abrigam os modelos linguísticos responsáveis pelo ChatGPT e outras IAs de mesma espécie precisam treinar bilhões de dados; esse processo requer energia, mas existe algo no funcionamento das IAs que faz com que o dispêndio seja ainda maior: é a capacidade de gerar novas informações a partir dos pedidos.
Inserir um “prompt” (o comando dado ao chatbot) simples, como “qual é a capital da Finlândia?”, vai gerar informações adicionais instantâneas, isto é, em tempo real. Nas ferramentas de busca tradicionais, a informação seria apenas “resgatada” do histórico de informações postadas na internet para então ser exibida.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), são quase 460 terawatts/hora de consumo de eletricidade para alimentar os sistemas de IA e a mineração de criptomoedas (que, juntos, correspondem a 2% da produção total de energia no mundo). Com o aumento e a popularização das IAs generativas, as emissões de carbono das big techs também aumentou: foram mais 48% para a Google em 2023 e 29% a mais para a Microsoft em relação aos anos de 2019 e 2020, de acordo com a Exame.
Além disso, o GPT-4, uma das versões mais recentes da OpenAI, consome o equivalente a três garrafas d’água ao gerar um texto de 100 palavras, diz um estudo da Universidade da Califórnia. Essa água é usada para a resfriação dos servidores da empresa, os data centers.
Ou seja, se 100 usuários requisitarem uma resposta de até 100 palavras por dia da IA, terão sido 9 mil garrafas de água ao fim de um mês — mas, na realidade, a quantidade de respostas é bem maior, assim como a complexidade do processamento, que vai de imagens a arquivos de áudio.
Usar o ChatGPT e outros sistemas generativos para “perguntas triviais” pode estar contribuindo para o aquecimento global de forma acelerada (e desnecessária).