Amazônia Real, por Lúcio Flávio Pinto – O Pará possuía o segundo maior rebanho bovino do Brasil no ano passado, com 25 milhões de animais, 10,5% do rebanho nacional. Ficou abaixo apenas de Mato Grosso, que liderou a criação de bovinos, com plantel de 34 milhões de cabeças, 14,2% da soma nacional. Goiás, com 23,7 milhões de bovinos, teve participação de 9,9%.
Na região Norte o aumento em 2023 foi de 3,2% no rebanho, que atingiu 63 milhões de animais, participação de 26,4% do total nacional. No Centro-Oeste estão 76,7 milhões de cabeças, o equivalente a 32,1% do rebanho nacional. No Nordeste, alta de 6,4%, para 35,3 milhões de animais, uma fatia de 14,8% do rebanho brasileiro. No Sudeste, o efetivo caiu 2%, para 38,2 milhões de animais, 16% do total nacional. No Sul, houve incremento de 3,9% no número de animais, com 25,3 milhões de bovinos, 10,6% do rebanho nacional.
Esses números demonstram o fortalecimento da tendência do deslocamento do rebanho bovino para as regiões de fronteira do país, sobretudo a Amazônia, ou mais pobres, como o Nordeste.
Grande parte da produção dessas regiões se destina à exportação de carne bovina in natura. Embora o preço no mercado internacional tenha registrado crescimentos de apenas0,7% e reduzindo o faturamento em 19,6%, a oferta se manteve. O principal destino foi a China, que adquiriu 59,6% de toda carne in natura exportada. De menor valor relativo, naturalmente.
O rebanho bovino brasileiro alcançou o recorde de 238,6 milhões de animais em 2023, uma alta de 1,6% em relação a 2022. Os dados são da pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2023, divulgada pelo IBGE. Assim, o efetivo de cabeças de gado continua superior ao número de habitantes do país. Em 2023, a população brasileira somava 212 milhões de habitantes.
São Félix do Xingu, no Pará, que já teve das mais ricas florestas do Brasil, continua a liderar o ranking municipal, com 2,5 milhões de cabeças, o equivalente a 1% do total brasileiro. O segundo lugar foi de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com 2,2 milhões de animais, 0,9% do efetivo nacional, seguido por Porto Velho, em Rondônia, com 1,8 milhão de bovinos, 0,7% do rebanho brasileiro.