Quase 60% dos candidatos apoiados por figuras de destaque da extrema-direita do Congresso perderam as eleições
Patricia Faermann, publicada por Jornal GGN – Levantamento do The Intercept Brasil mostrou que quase 60% dos candidatos apoiados por figuras de destaque da extrema-direita do Congresso perderam as eleições.
São 117 candidatos a prefeitos apoiados pelos deputados do PL, Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira, e pela senadora Damares Alves, do Republicanos – figuras que o veículo denominou “tropa de choque da extrema-direita no Congresso”.
Destas centenas de candidatos a Prefeituras, 69 foram derrotados e somente 36 venceram as eleições. Outros 12 ainda têm chances em disputas ao segundo turno. Deste grupo, ainda, 102 candidatos eram a primeira vez que disputavam eleições.
É o caso do candidato Fred Rodrigues (PL), em Goiânia, que recebeu o apoio direto de Eduardo Bolsonaro, Nikolas, Zambelli e Gayer. Ele conseguiu levar a disputa ao segundo turno, com 31% dos votos, com Sandro Mabel (União), que obteve 27%.
Minas Gerais e São Paulo
Em Minas Gerais, 50 candidatos a prefeito foram apoiados pelo deputado Nikolas Ferreira (PL). No total, ele declarou apoio e ajudou a alavancar 68 candidaturas: mas só 20 foram eleitas, 7 foram ao segundo turno e 41 foram derrotados.
Em São Paulo, foi Carla Zambelli que mobilizou as maiores candidaturas no estado, com o apoio a 30 candidatos: 23 deles foram derrotados, e somente 4 eleitos e 3 ao segundo turno.
Eduardo Bolsonaro e Damares emplacam mais prefeitos
Já os candidatos de Eduardo Bolsonaro e Damares Alves obtiveram os resultados mais significativos. O filho do ex-mandatário teve 8 dos 17 candidatos apoiados eleitos e 5 garantindo a disputa para o segundo turno: 4 destes em importantes capitais – São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Goiânia.
No caso de Damares, a ex-ministra de Bolsonaro conseguiu emplacar 8 de 12 candidatos, que saíram vitoriosos, e 1 irá ao segundo turno. Somente 3 foram derrotados.
Caso Curitiba: dois bolsonaristas, Rosângela Moro fora
Ainda nos candidatos bolsonaristas que obtiveram resultados positivos nestas eleições, Curitiba foi a capital que teve os maiores destaques da extrema-direita, conseguindo levar ao segundo turno dois candidatos apoiados pelo clã: o atual prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e a mais recente bolsonarista Cristina Graeml (PMB), apresentadora de afiliada da rede Globo no Paraná.
Mas uma terceira opção promissora ficou de fora da disputa: a candidata da extrema-direita Rosângela Moro (União), esposa do ex-juiz da Lava Jato. Ela era candidata a vice-prefeita do deputado estadual Ney Leprovost, e a dupla recebeu apenas 6,49% dos votos, relegados a quarto lugar na disputa.
O impacto destas eleições para as disputas nacionais de 2026
Em declaração recente, o deputado Gustavo Gayer (PL) afirmou que os prefeitos apoiados pelo PL e pela extrema-direita estariam comprometidos em usar “toda a máquina e estrutura em 2026 para eleger senadores”. “Há muito mais em jogo nessas eleições do que apenas fazer prefeitos”, escreveu, na publicação.
Segundo ele, o aumento dessa base de prefeitos e vereadores posicionam pautas e apoios para as campanhas de 2026, na Câmara e Senado, além da eleição presidencial.