Eleições Municipais 2024: qual é o posicionamento dos eleitos na Amazônia em relação ao meio ambiente?

Eleições Municipais 2024: qual é o posicionamento dos eleitos na Amazônia em relação ao meio ambiente?

Em análise exclusiva dos resultados apresentados neste domingo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a InfoAmazonia traz, em mapas, o posicionamento dos prefeitos e vereadores eleitos em relação à pauta ambiental e climática nas cidades da maior floresta tropical do planeta.

Este é o resultado de uma análise exclusiva da InfoAmazonia, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Índice de Convergência Ambiental total (ICAt) do Painel Farol Verde, ferramenta que verifica o grau de alinhamento de parlamentares à agenda ambiental, em uma escala de 0 (zero) a 100 – sendo 0 (zero) um posicionamento péssimo e pouco aderente, e 100, ótimo e muito aderente (leia mais sobre a metodologia aqui). 

Rondônia e Amapá não elegeram prefeitos pró-meio ambiente

Maranhão é o estado com mais prefeitos pró-meio ambiente

Dos 10 prefeitos mais ambientalistas, apenas 3 possuem Câmaras municipais com composição similar

É possível observar que a maioria dos prefeitos pró-meio ambiente eleitos terá uma resistência de suas Câmaras de Vereadores para aprovar projetos que defendam a Amazônia. O inverso não ocorre: prefeitos de partidos contrários à pauta ambiental têm a vantagem de eleger vereadores em sintonia com suas propostas.

Em Codó (MA), apesar do índice alto (74) do PT, partido do prefeito eleito, a Câmara aponta para uma posição contrária: 14 dos 19 vereadores eleitos têm índice inferior a 35, uma discrepância que pode indicar uma Câmara legislativa contrária às políticas ambientais da prefeitura.

Mas em cidades em que prefeitos eleitos têm índices ruins ou péssimos, a Câmara não compensa a pontuação na mesma medida: dos 10 piores municípios, apenas Santa Luzia do Paruá (MA) tem uma Câmara com mais de metade dos vereadores eleitos com índice superior a 50.

Metodologia

Esta geonotícia analisou os resultados das eleições municipais de 2024 para os 772 municípios da Amazônia Legal, disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Utilizamos também o Índice de Convergência Ambiental total (ICAt), desenvolvido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), que indica a aderência dos partidos a propostas ambientais no Congresso. 

A métrica, criada pelo IDS para o projeto Farol Verde, avalia desde 2022 o comportamento parlamentar ambiental, conforme as votações de pautas ambientais no Senado e Câmara dos Deputados, e classifica os partidos em uma escala de 0 (péssimo) a 100 (ótimo) em relação a questões envolvendo o meio ambiente:

0 – 0.25 – péssimo 
0.26 – 0.50 – ruim 
0.51 – 0.60 – regular 
0.61 – 0.80 – bom 
0.81 – 1.00 – ótimo

Para as câmaras municipais, foram consideradas as médias dos índices dos vereadores eleitos. Na análise do alinhamento ou distanciamento dos prefeitos e vereadores, foi considerada a diferença entre o índice médio da câmara e o índice do prefeito para cada município. Para reforçar nosso compromisso com a transparência e garantir a replicabilidade das análises, a InfoAmazonia disponibiliza os dados nesta pasta.


Esta reportagem foi produzida pela Unidade de Geojornalismo InfoAmazonia, com o apoio do Instituto Serrapilheira.

Análise de dados: Renata Hirota
Visualização de dados: Carolina Passos
Edição: Carolina Dantas
Coordenação de dados: Thays Lavor
Direção editorial: Juliana Mori

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