No Brasil 247, Por Luciana Oliveira – Estamos em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia. Essa cidade uma vez por ano se decora de azul e vermelho para animar as torcidas dos bois-bumbas que fazem o Duelo da Fronteira.
O bicolor da festa na floresta não divide, mas une, toda a população em torno da sua maior tradição cultural.
Os bois-bumbás que realizam o Festival Folclórico da Pérola do Mamoré, conhecido como “Duelo da Fronteira”, farão apresentação simbólica nos dias 5 e 6 de novembro.
O
duelo começou há 26 anos e se firmou como um dos maiores eventos culturais do
estado, mas a última edição foi em 2016 e sem disputa em razão da morte do
cantor e musicista Márcio Paz Penacho na véspera do Festival.
A boa notícia foi divulgada no Instagram do Secretário Executivo Regional da Casa Civil de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, o Coronel Flávio Derzete.
Foi uma resposta rápida à denúncia feita pelo BLO que mostrou o estado de abandono em que se encontram os dois Centros Culturais destinados aos bois-bumbás Malhadinho e Flor do Campo, impossibilitados de realizar o famoso Duelo Na Fronteira em Guajará-Mirim.
Reveja a reportagem da denúncia aqui:
“A conversa entre os
representantes do poder público é exatamente para que o estado e o município possam
fazer algo pela realização de um dos eventos mais importantes do estado”,
escreveu o secretário.
A reunião foi na quinta-feira, 19, e na manhã seguinte já havia movimentação no local onde estão os dois Centros Culturais que custaram mais de dois milhões e meio de reais. entregues desde setembro de 2018 e que até o momento não serviram a nada.
A falta de cuidado com a gigantesca obra de mais de três mil metros quadrados causou depredação do patrimônio público.
O governo e as associações folclóricas firmaram parcerias para garantir imediatamente um pouco de segurança ao local.
Com o apoio da Aquavia Navegação e Comércio o serviço de solda dos portões foi garantido e a mão de obra e transporte dos materiais foi o governo quem assumiu.
Representantes dos bois-bumbás
acompanharam os trabalho entusiasmados com o diálogo aberto com o governo.
Agora vão buscar apoio com a iniciativa privada e ‘vakinha’ online para a
compra de tinta e outros materiais necessários ao reparo inicial.
“Ficamos muito felizes, porque
essa resposta e parceria com o governo são resultados da recente mobilização de
moradores de Guajará-Mirim, amigos da cultura popular e das associações dos bois-bumbás
pela proteção dos bens material e imaterial que envolvem o Duelo na Fronteira”,
disse Camila Miranda, do Malhadinho.
Luciana Oliveira, de Guajará-Mirim – O Boi-bumbá Malhadinho tem 35 anos de tradição, mas desde 2016 não participa do famoso duelo na fronteira com o Boi-bumbá Flor do Campo.
Após longo período de interrupção de um dos maiores eventos culturais do estado, a expectativa é grande para o próximo duelo.