O Globo, por Eduardo Gonçalves e Cristiano Mariz – Sob a luz de refletores improvisados na caçamba de uma caminhonete, um grupo de cerca de 30 pessoas se reunia para tratar de eleições numa vila garimpeira instalada no coração da floresta amazônica, em Itaituba (PA), a 1.200 quilômetros da capital Belém, no dia 14 de setembro.
Ao microfone, uma voz elevava o tom de cobrança a autoridades. “Já era para ter patrolado (nivelado) todas essas ruas. Era para ter caminhão-pipa bancado pela prefeitura, que tem recursos”, discursou Heverton Soares, conhecido como Grota. A faceta de líder comunitário, porém, esconde a real identidade do garimpeiro investigado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de ligações com o “narcogarimpo”, associação de facções criminosas com donos de mineradoras para lavar dinheiro do tráfico de drogas por meio da venda de ouro. O seu objetivo no ato político era pedir votos ao candidato a prefeito Ivan D’Almeida (Podemos), dono de garimpos e réu por exploração ilegal do minério.
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Infoamazonia, por Fábio Bispo – Os territórios indígenas da Amazônia registraram 8.164 focos de calor entre julho e setembro, o maior número já observado para o período desde 2003. Quase um terço dos focos de queimadas (27,6%) está concentrado em uma faixa de até 40 quilômetros ao redor de três rodovias: BR-163, BR-230 e BR-319. Leia Mais
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Amazônia Real
Ao caminhar pelas ruas das comunidades ribeirinhas de Rondônia, na Amazônia Ocidental, é comum ver crianças correndo, jogando bola e empinando pipa tendo como fundo as balsas de garimpeiros ancoradas nos barrancos do rio Madeira. O garimpo está sempre aberto para quem quiser entrar na atividade. É o contrário das escolas da região que têm salas de aulas fechadas, não há transporte escolar fluvial e o ensino híbrido tenta impor uma nova lógica educacional, que as crianças e adolescentes dessas localidades estão excluídas. Essas violências em territórios tradicionais têm criado uma situação grave: meninos garimpeiros que preferem atuar na ilegalidade do que esperar pela educação que não chega. Meninas vão trabalhar nas cozinhas dentro das balsas e algumas são aliciadas para os chamados “bregas”, pontos de exploração sexual.
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Por Rede de Pesquisadores e Apoiadores dos Povos Yanomami e Ye’kwana – Diante do avanço da COVID-19 na Terra Indígena Yanomami (TIY) e do risco de genocídio decorrente da pandemia, criamos a Rede de Pesquisadores e Apoiadores dos Povos Yanomami e Ye’kwana. A Rede é formada por pessoas de diversas áreas do conhecimento – antropólogos, linguistas, advogados e profissionais da saúde – que mantém comunicação direta com as associações yanomami e ye’kwana.
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