Nova secretária de Políticas Para Mulheres, gerada num estupro, é contra aborto mesmo em casos de estupro

Nova secretária de Políticas Para Mulheres, gerada num estupro, é contra aborto mesmo em casos de estupro

No dia 19 de maio, quando foi votado o Estatuto do Nascituro na Comissão de Seguridade Social e Família, Fátima Pelaes, a nova secretária de Políticas Para Mulheres, emocionou a todos com seu depoimento contra o aborto.

“Nasci depois de um estupro. Não posso ser a favor do aborto! Deputada, cuja mãe optou por não abortar”.

Ela é socióloga, deputada federal pelo Amapá, Fátima Pelaes (PMDB), muito ligada ao presidente interino Michel Temer.É evangélica e foi presidente da Frente Parlamentar da Família e Apoio à Vida, onde defendeu posições conservadoras sobre a questão do aborto.

A história de vida contada no plenário emociona, porque mostra uma mulher que não só sobreviveu à decisão de um aborto, mas que venceu as adversidades impostas a uma filha de ex-detenta, se graduou e elegeu deputada federal.

A preocupação é que o trauma pessoal não lhe permita analisar racionalmente os cerca de 800 mil casos de abortos estimados pela OMS no país.

A cada dois dias morre uma mulher por aborto clandestino e quem assume uma pasta como a Secretaria de Políticas Para Mulheres, deve estar desapegada à traumas pessoais e conceitos religiosos para debater o problema.

Os casos de microcefalia arreganharam essa ferida e se discute a possibilidade da interrupção voluntária de gestações de fetos acometidos pela epidemia. Entre os argumentos de quem defende o aborto nesses casos, estão o de que as políticas públicas de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor do Zika, e de que o suporte às mães e crianças vítimas da doença são deficitários.

Será que a nova secretária terá equilíbrio emocional e bom senso pra se posicionar sobre isso?

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