Como previsto tão logo o governo interino assumisse, o noticiário da Globo se esforça pra induzir o otimismo do brasileiro com a recuperação da economia. As manchetes catastróficas saíram de pauta e o ‘mas’ está presente em todos os textos sobre a crise econômica.
O IBGE apontou um crescimento de 0,5% no comércio varejista, mas…
Na Globo, isso já é um sinal de recuperação no setor, anuncia a manchete.
“Os carrinhos ficaram mais cheios?”, pergunta a repórter.
“O meu carrinho não ficou mais vazio. O dinheiro comprou praticamente a mesma coisa, diferente do que vinha havendo nos últimos meses.”, respondeu o entrevistado.
Segundo o IBGE, em relação ao abril de 2015, o varejo recuou 6,7%, mas…
E o economista entrevistado disse: “que a gente já percebeu alguma melhora em alguns setores.”
Não tem serventia desmentir manchetes otimistas, mas é fundamental registrar a manipulação do jornalismo da Globo. As manchetes catastróficas pioraram muito a crise econômica nos últimos seis meses, impondo a crise psicológica que comprometeu a confiança no mercado e nas ações do governo.
Às vésperas da Copa do Mundo em 2014, potencializaram as notícias sobre protestos contra os gastos, mas…
Há pouco mais de um mês das Olimpíadas, sob o governo interino, o setor de serviços que teve só este ano queda de 4,9%, mais que o acumulado em todo o ano de 2015, o noticiário global prevê que todo o setor deve alcançar benefícios com a demanda de serviços turísticos.
O brasileiro vem sofrendo com a crise econômica real e isso ninguém discute, mas o pessimismo foi maximizado com outras crises, a política, a de confiança no governo e a psicológica. Todos os dia, antes de Temer, em doses cavalares, a grande mídia manipulou a informação para tornar o cenário pior e ajudar a derrubar o governo, coisa que aliás, já fez muito.
Carlos Castilho resumiu bem no Observatório da Imprensa: “Na atual batalha da informação a propósito da continuidade ou não de Dilma Rousseff na Presidência da República, os fatos e dados perderam importância em favor da forma como cada parte os inseriu num contexto que lhe é favorável. A cultura tradicional do jornalismo enfatiza a veracidade e exatidão de fatos e dados, mas ainda não desenvolveu o mesmo grau de especificidade e detalhamento em relação aos procedimentos editoriais sobre como contextualizar corretamente uma notícia. Um dado não existe fora de um contexto. Ele pode ser exato mas manipulado conforme a imagem do copo meio cheio ou meio vazio.”
O caminho pra obter dados confiáveis existe, mas…
A TV ainda é o canal onde o brasileiro mais busca informação.