A página da ABIN no Facebook informa que qualquer pessoa “pode comunicar diretamente à ABIN situações que pareçam suspeitas, pelo e-mail prevencaoaoterrorismo@abin.gov.br “
Como orientação pra identificar terroristas, pede atenção a pessoas que usarem “bolsas e mochilas destoantes da circunstância e do clima” ou agirem de forma estranha, demonstrando nervosismo.
Foi por uma análise superficial de perfil como essa que a polícia londrina matou o brasileiro Jean Charles de Menezes na estação de metrô Stockwell.
Ele foi morto com nove tiros, após ser confundido com o terrorista etíope Hussain Osman, que morava no mesmo bloco de apartamentos.
Jean foi fuzilado com uma mochila nas costas enquanto corria, assustado com a operação policial.
A orientação curta, mas que amplia a justificativa pra polícia brasileira agir duro contra pessoas suspeitas pelos motivos elencados pela ABIN é preocupante.
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou pra letalidade da ação policial no país num relatório que denunciou cinco mortes a cada dia, totalizando apenas em 2015 cerca de 2 mil incidentes. Denunciou desproporcionalidade e motivação por afrodescendência.
Que mochila combina com a Olimpíada? E caso haja um tumulto, quem ficar nervoso passa a ser suspeito de terrorismo?
Se dois correrem de forma suspeita com uma mochila nas costas, um negro e um branco, qual será o alvo?