Pra que ninguém esqueça e pra que não se repita

Pra que ninguém esqueça e pra que não se repita

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Pesa em mim esse dia, mais que todos os dias que sucederam a última campanha presidencial, período em que me dedico a combater incansavelmente a democracia.

Sei o sabor de vencer e perder uma eleição, me resigno à vontade soberana do voto, ainda que passe o resto da vida criticando o resultado.

Os que critico podem me odiar por isso, mas não por questionar a legitimidade de seus mandatos.

Não votei em nenhum dos parlamentares da nossa bancada federal, por isso me restrinjo a questionar suas condutas parlamentares, não o direito que têm de representar meu povo.

Não daria 20% pra deputada Marinha Raupp, nem pro seu marido, da minha confiança.

Mas…

O poder conferido pelo voto é algo que pra mim, não se usurpa.

Por não faltar nenhum elemento que prove a ilegitimidade do processo de impeachment, deixo este registro de revolta pra ser lembrando no futuro, quando a história, implacável, corrigir esta injustiça.

Não há crime que autorize o impeachment da presidenta.
Está provado que todos que participaram desse conluio diabólico, o fizeram pra permanecer impunes ou impedir que outros sejam punidos por corrupção.
Não há dúvidas também de que muitos se aliaram para impor ao Brasil a política de governo do Mais pra Menos. A política da Casa Grande, que aumenta seus lucros e ocupa todos os espaços de poder deixando à míngua a Senzala.
Vi transformarem em lenda princípios fundamentais do direito.
A Constituição Federal, cá pra nós, não vale nada neste episódio dantesco da política brasileira.
Vi a grande imprensa interferir diretamente no voto dos juízes, manipular consciências e exaltar a imoralidade.
Vi Doutos aplaudirem tudo isso.
Vi igrejas, maçonaria, OAB e tantos outros aparelhos ideológicos apoiando a perversão de valores que jamais poderiam ser corrompidos.

Não temos um país, temos um fingimento, como sentenciou Affonso Romano D’Sant’Anna quando a democracia coroava num parto com fórceps.

Porque a culpa não é minha, porque votei numa presidenta que defendeu com a vida a democracia e não num golpista, escrevo essa página da minha história.

Minha versão à contrainformação.

O consolo é saber que o escrito por golpistas, o tempo corrige. Que daqui a dias que nem tenho certeza se verei, estarei em paz comigo, com todos que dividiram a trincheira e com meu país.

Minha versão não será passada à limpo, porque nada mudará o dia de hoje.

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