Você já se perguntou se não é demais ter dois parentes ocupando simultaneamente vagas no poder legislativo? Se não, está na hora de refletir sobre o que eleitos fizeram de extraordinário para o município, estado ou país, que justifique dar a um de seus parentes uma cadeira na Câmara de Vereadores.
A bem da verdade, alguns deixaram um legado tenebroso de escândalos por corrupção, mas isso não os impede de se exibir como garantia de eficiência e moralidade aos eleitores. É o caso do deputado Jean de Oliveira, filho do ex-deputado Carlão de Oliveira.
O pai chegou a ser preso e posteriormente foi condenado a partir da Operação Dominó por comandar um esquema de desvio de recursos públicos quando era presidente da Assembleia Legislativa. O filho Jean assumiu seu lugar e logo caiu nas investigações de duas operações de combate à corrupção: Termópilas e Apocalipse. Agora ele apresenta o irmão, Márcio Oliveira, de quem ninguém jamais ouviu falar.
O deputado Jesuíno Boabaid quer empurrar pra dentro da Câmara a mulher Ada Dantas, que além de militar a favor dos policiais está em campanha para eleger Jair Bolsonaro. Só isso.
O jovem Maurício Carvalho (PSDB) anda por aí colado na irmã deputada federal, Mariana Carvalho. É outro que sempre circulou no meio da elite e dos que se acham da elite por andar com a elite. Nunca se ouviu falar de nada que tenha feito ou defendido de relevante para a sociedade de um modo geral. É apenas um legítimo herdeiro de uma oligarquia política.
O deputado Aélcio da TV apresenta o filho Luan, da TV claro. Ele promete renunciar 70% da verba de gabinete para contratar assessores, ou seja, vai pagar o salário deles com dinheiro próprio. E pensar que a família meteu a cara na política com um programa que sorteava uma festinha de aniversário com bolo e refrigerante.
É o grande drama da política brasileira ter sua base de representação política erguida na sucessão de parentes.
Depois as pessoas fingem não saber por que a cidade, o estado e o país não mudam.
Ao menos 8 em cada 10 dos meus leitores perguntam por que ataco essas candidaturas e o que ganho com isso.
Sempre retruco com outra pergunta: por que você não se pergunta se é justo e se vale a pena eleger parentes, afinal, o prejuízo pela incompetência, o salário e os privilégios vão sair do nosso bolso.
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