Acho que é a primeira vez que recorro a esse termo pejorativo num texto, o recusei pela superficialidade e claro, porque só repito apelos que vão parar na boca de multidões que interessem a todos.
O colunista Reinaldo Azevedo enquadrou como “militontos disfarçados de pensadores” todos que denunciaram ilegalidades e perseguições judiciais seletivas e viram o processo de impeachment como golpe.
Quem não comprou sequer um adesivo do pixuleco foi rotulado como ‘petralha’, mesmo que não tenha roubado nada na vida.
Desde a eleição de Dilma Rousseff sou considerada ‘petralha’, afinal, de acordo com os pingos dos ‘is’ de Azevedo, não havia militonto na direita.
Passados cinco meses do governo golpista, chegou a hora de estufar o peito e perguntar quem realmente está com as faculdades intelectuais enfraquecidas e não se importa com a corrupção e a desordem.
Os golpistas, termo que faço questão de repercutir, transformaram os poderes em bordéis e a vida do brasileiro num inferno.
Nada melhorou, piorou e muito.
O mínimo em simplificação, basta.
O desemprego chegou a 11% em setembro, a inflação acumula alta de 8,48% nos últimos 12 meses, muito acima do teto da meta estipulada pelo governo que era de 6,5%, 21 estados e o DF têm escolas ocupadas por estudantes que protestam contra Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 que institui um teto de gastos para a União por 20 anos e o Senado está em pé de guerra com o Supremo Tribunal Federal.
De tudo que vai mal o que mais preocupa é a ruptura da “tranquilidade institucional extraordinária” que Temer teve a cara de pau de apontar como parte do cenário do país.
Sinceramente, gostaria de rir e torcer para que a briga de egos entre os poderes chegasse ao extremo, mas não consigo, afinal, sou ‘militonta’ que defende cegamente a Constituição Federal e a democracia.
Diz o ditado que “quando o mar briga com a praia, quem leva porrada é caranguejo”, por isso sigo pensando no país e no povo, independentemente de quem está no poder.
O governo golpista aprovou o congelamento de gastos em áreas essenciais como a saúde e educação, com a desculpa de que em tempo de crise não resta outra alternativa senão cortar ou frear gastos.
E o que foi esse aumento de até 47% para cinco categorias de servidores, um impacto de mais de R$ 2 bilhões em 2017, R$ 548 milhões em 2018 e R$ 574 milhões em 2019?
O que são os que apoiaram o golpe e se mantém invisíveis e silenciosos com o que acontece, senão militontos?
Chegou a hora de botar os pingos nos ‘is’ do termo dedicado generalizadamente à esquerda.
Estão com a cuca fraca ou vergonha?
As duas coisas.