A estapafúrdia proposta de Doria de burocratizar a arte de rua

A estapafúrdia proposta de Doria de burocratizar a arte de rua

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O grande barato da arte de rua é a liberdade com que ela se manifesta, seja através de murais de grafiteiros, esculturas ou qualquer tipo de instalação fora de padrões estéticos que surja para enviar uma mensagem à sociedade.

A beleza e a força dessas intervenções artísticas urbanas está na ausência de controle sobre onde, quando e como acontecem.

O que o prefeito João Doria propôs pra acabar com a guerra que começou como se não tivesse nada mais importante pra fazer, foi a burocratização da arte de rua.

Ao ver que não pode vencer no grito e com ameaças, anunciou que vai instalar uma comissão através da Secretaria Municipal de Cultura pra decidir a cada três meses onde será permitido e a quem será permitido grafitar.

Segundo o secretário de Cultura, André Sturm, “Eles serão escolhidos em função do currículo e do histórico. Mas a ideia é que seja um número grande (de artistas).”

Ah, vá!
Artistas de rua, às favas a proposta indecente de Doria!

O cinza que emporcalhou a cidade deve ter sido extraído da massa encefálica de baixíssima qualidade desse prefeito, só pode.
Ele ainda não compreendeu que a sua mensagem repressiva jamais será admitida.

Pelo contrário, serviu como inspiração a quem jamais teve intenção de desobedecer armado com spray, senso crítico e muita criatividade.

Falta pouco pra repetir em muros a travessura da eleição de 2012, quando eu meus filhos transformamos cavaletes com propaganda política em réplicas de Portinari, Bajado e Tarsila do Amaral. A cidade amanheceu com uma exposição de quadros de artistas até agora anônimos. Nossa ideia era provocar com o belo uma crítica ao que a cada eleição deixa a cidade feia.

Foi um protesto à poluição visual e à estupidez da ocupação de canteiros e calçadas com propagandas de candidatos.

A mensagem virou notícia em Rondônia, muita gente apoiou a censura à invasão dos cavaletes nos espaços destinados à pessoas.

Se Doria não compreendeu nenhum conceito político ou poético nos murais que mandou apagar, que siga a guerra.

Que que pintem, apaguem, pintem, apaguem, pintem, apaguem, pintem, apaguem…

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