Mais um inverno amazônico

Mais um inverno amazônico

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É lindo o dia do meu aniversário pela energia revigorante que recebo das pessoas boas que cruzaram meus caminhos.

Não tracei mapas, não escolhi a quem dar um aperto de mão ou um abraço, me deixei levar por sinais de alegria, generosidade, fé, coragem e força.

Sou o que acumulei de energia com pessoas e lugares atravessando invernos amazônicos.

A sensação é de paz com minha memória.

E por doces lembranças, me sinto hoje iluminada, sem sombra, como a roupa branca dos versos de Virgínia Woolf, sacolejando ao vento.

“A memória é a costureira, e costureira caprichosa. A memória faz a sua agulha correr para dentro e para fora, para cima e para baixo, para cá e para lá. Não sabemos o que vem em seguida, o que virá depois. Assim, o ato mais vulgar do mundo, como o de sentar-se a uma mesa e aproximar o tinteiro, pode agitar mil fragmentos díspares, ora iluminados, ora em sombra, pendentes, oscilantes, e revirando-se como a roupa branca de uma família de catorze pessoas, numa corda ao vento.”

Agradeço a energia de pessoas iluminadas. É ela que abre meus caminhos.

“Não seria exagero dizer que saía do almoço com trinta anos, e voltava para o jantar com cinquenta e cinco, pelo menos. Algumas semanas acrescentaram um século à minha idade; outras, não mais de três segundos, o máximo.”

Que eu honre a intensidade da energia que recebo. Que eu possa ser útil ao invés de aproveitar os fachos de luz apenas em torno do meu umbigo.

Porque nunca imaginei que o que “chamamos “vida” e “realidade” estivesse relacionado com ignorância e brutalidade.”

Que eu não me perca dos desvios que abri com amor e coragem.

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