AUSÊNCIA DE FAIXA EM ‘TEMER VAMPIRO’ É ESTACA NA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

AUSÊNCIA DE FAIXA EM ‘TEMER VAMPIRO’ É ESTACA NA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

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“O pior pecado depois do pecado, é a publicação do pecado”, escreveu Machado de Assis.

Não bastou ao governo golpista e corrupto blindar a grande a imprensa para ignorar a aparição do ‘vampiro Temer’ no primeiro desfile da Paraíso do Tuiutí. Diante da enorme repercussão negativa ao governo e positiva à sociedade brasileira, resgataram a censura.

No desfile das campeãs, o ator que encenou o ‘presidente vampiro’ sugador de direitos foi obrigado a trocar a faixa presidencial por uma gravata verde e amarela.

A vergonha só aumentou de tamanho.

Censura é um instrumento de repressão ao senso crítico que não cabe numa democracia e no carnaval ganha um potencial danoso ainda maior. A sátira é um elemento imprescindível à maior manifestação cultural do planeta. Na Europa, vários presidentes foram retratados em situações de deboche.

Por que Temer não? Com ou sem faixa, o mundo inteiro guardará quem é o vampiro.

É o que o espelho reflete ao presidente ilegítimo que impôs as trevas.

Temer não teme a imortalidade como vampiro nos livros de história, mas a própria consciência que acompanha o arrastar de correntes cada vez que dá um passo.

Contra a censura, arma dos desesperados, um trecho de Augusto dos Anjos:

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

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