Foi nas redes sociais que Bárbara Carolina Silva Knightz denunciou a agressão que afirma ter sofrido num evento em Ariquemes no sábado, 12.
Ao sair da casa de eventos para descansar da apresentação com Gabriel Parada e Banda, ela conta que foi abordada por um assessor do deputado Geraldo da Rondônia, do Partido Social Cristão (PSC), que lhe fez uma proposta que considerou indecente e humilhante.
“Ele me ofereceu 100 reais para dançar perto da mesa do deputado. Eu estava trabalhando num evento, mas ele achou que podia me comprar para dançar pra ele”.
Como recusou, Bárbara diz que começou a receber provocações quando deixou o palco outras vezes para se refrescar do lado de fora da casa de eventos.
Depois de cerca de três horas de apresentação, o próprio deputado a teria abordado com ofensas.
“Ele começou a dizer coisas como ‘essa banda de merda’, ‘você muito metida’ e ‘você não é nada’, diz a dançarina.
Indignada, Bárbara diz que encarou o deputado e explicou que é dançarina profissional há duas décadas, que não se vendia para dançar para ele e que seus assessores a estavam humilhando por ter recusado a proposta indecente.
“Foi nessa hora do bate boca que ele me deu um tapa. Era pra pegar no rosto, mas atingiu meu corpo. Se eu não me afastasse não sei o que mais poderia ter acontecido”, relatou.
A organização da festa Bendita Sunset confirmou a agressão verbal e física em nota de repúdio ao deputado e destacou que “atitudes como essa incitam a violência e o desrespeito com as mulheres”.
Em seu perfil no facebook, Geraldo da Rondônia negou as acusações e ameaçou processar a dançarina.
Bárbara também tem assessoramento jurídico e em Porto Velho, onde vive e trabalha irá tomar as providências para que o deputado responda pela agressão.
Ela já recebeu também o apoio de coletivos populares e entidades que vão acionar a Comissão da Mulher na seccional da OAB-RO para acompanhar o andamento da denúncia contra o deputado.
Bárbara Knightz é representante comercial, formada em engenharia de produção, dançarina com registro profissional da categoria e do Sindicato dos Artistas.
Ela dança desde os sete anos de idade e integra uma família e comunidade de tradição e valiosas contribuições com a cultura da capital.
“Posso não ser nada para o deputado, mas como mulher preta, dançarina profissional e militante da cultura popular, não calo. Vou me defender e denunciar para que outros, principalmente com função pública, não desrespeitem as mulheres. O que mais doeu em mim, não foi o tapa. Foi a oferta indecente pra eu dançar para ele”.
Silvia Ferreira de Oliveira Pinheiro, da família, da comunidade e do Fórum Popular de Mulheres, mandou um recado ao deputado que teria dito que a dançarina não é nada: “A Bárbara não está só. Está cercada de valores e pessoas que pregam o amor e o respeito às pessoas, especialmente às mulheres que sofrem diariamente toda forma de violência e assédio”.
Veja no link o desabafo e denúncia de Bárbara: https://www.instagram.com/p/CIwWAnOjwHV/?hl=pt-br