250 mil mortos por covid: gráfico mostra a dimensão da perda de vidas na pandemia no Brasil

250 mil mortos por covid: gráfico mostra a dimensão da perda de vidas na pandemia no Brasil

BBC : O que representa 250 mil mortes?

A marca de vítimas que morreram por covid-19 atingida pelo Brasil na quarta-feira (25/02) é a segunda maior do mundo nesta pandemia — atrás apenas dos Estados Unidos, que nesta semana ultrapassaram o dobro desse número.

Mas vislumbrar em termos concretos essa quantidade de pessoa é algo difícil.

A BBC News Brasil elaborou abaixo um gráfico que mostra em termos visuais a dimensão de 250 mil pessoas.

Grafico

No cotidiano, é raro encontrar eventos que reúnam 250 mil pessoas.

É como se a pandemia tivesse matado todas as pessoas que assistiram ou desfilaram em duas noites de carnaval no sambódromo da Sapucaí, no Rio de Janeiro. Cada noite atrai cerca de 120 mil pessoas, entre público e aqueles que participam do desfile.

Ou como se todo o público de uma rodada inteira do Campeonato Brasileiro de futebol— com dez partidas — tivesse morrido de covid-19. A média de público do Brasileirão foi de 21.237 torcedores por partida em 2019, último torneio antes da pandemia. 

80 vezes o 11 de Setembro

Outros grandes eventos da história dão a dimensão da tragédia vivida agora:

– O maior público da história do futebol brasileiro — a final da Copa de 1950 entre Brasil e Uruguai, no Maracanã — reuniu 199 mil pessoas.

– Um dos maiores shows de rock realizados no Brasil — a primeira apresentação da banda Queen no festival Rock in Rio de 1985 — reuniu 300 mil pessoas.

– Durante as manifestações populares de 2013, 300 mil pessoas protestaram na noite de 20 de junho, segundo estimativas oficiais.

Já morreram no Brasil mais pessoas do que no tsunami asiático de 2004, um dos eventos recentes mais mortais no mundo, em que morreram 230 mil pessoas.

A covid-19 matou no Brasil 80 vezes mais do que os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York.

Outra forma de ter a dimensão do que representam 250 mil mortes é olhar para populações em diferentes lugares do Brasil.

Dos 5.565 municípios brasileiros, apenas cem possuem população de 250 mil pessoas ou mais. Ou seja, a pandemia matou mais gente do que a população de 5.465 municípios em separado.

É como se a covid houvesse aniquilado a população inteira de uma cidade como Foz do Iguaçu (PR). Ou como se a doença tivesse matado toda a população dos bairros Copacabana, Ipanema e Leme, na zona sul do Rio de Janeiro. Em uma cidade como São Paulo, 250 mil pessoas equivalem às populações somadas dos bairros Sé, Liberdade, República, Bom Retiro e Consolação, na região central.

Outras comparações possíveis do número são:

– É como se a pandemia tivesse matado três Maracanãs lotados.

– A pandemia matou até agora a mesma quantidade total de brasileiros que morreram de qualquer causa nos dois primeiros meses de 2019.

– O número de mortos pela covid na pandemia é quase seis vezes maior do que o de mortos por homicídio no Brasil em todo 2020

– É como se tivessem morrido 680 pessoas por dia desde que o primeiro caso de covid-19 foi registrado no Brasil. Isso equivale a 28 mortes por hora.

Primeiro caso

O Brasil acumula um quarto de milhão de mortes por covid-19, às vésperas de se completar um ano desde o primeiro caso de coronavírus ter sido identificado no país.

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Legenda da foto, 

Na comparação com o tamanho da população, o Brasil fica entre os 30 países com mais mortes por covid-19 para cada 100 mil pessoas de sua população. Em alguns países como Reino Unido, Portugal, Itália e Estados Unidos, houve mais mortes do que no Brasil, na proporção da população.

Também na comparação proporcional, houve mais mortos no Brasil do que na Argentina, Alemanha e Rússia.

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