Nós Mulheres Amazônidas, do Levante Feminista de Rondônia, que envolve a participação de mais de 80 instituições, organizações sociais, coletivos de mulheres e feministas, manifestamos nosso apoio integral às guerreiras indígenas brasileiras que estão fazendo a diferença com sua presença altruísta, amorosa e forte, marcante como o encarnado do urucum, das penas de nossas aves e de nosso sangue derramado há 521 anos sobre nossas terras brasileiras.
Deste modo viemos repudiar os ataques racistas, preconceituosos, misóginos e as injurias que vem sofrendo a coordenadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia Txai Surui, após sua fala na abertura da COP 26. Txai Surui foi a primeira indígena e única presença brasileira a falar na abertura de tão importante evento.
Com a sonoridade de sua voz amazônica Txai cobrou a participação direta dos povos indígenas nas decisões sobre as mudanças climáticas, dando a certeza que as populações originárias das florestas, sobreviventes de incontáveis ataques genocidas, sabem fazer valer as leis da natureza para não aquecer mais o planeta. Destacou e cobrou justiça para o assassinato de Ari Uru-eu-wau-wau. Alertou para a necessidade de se ouvir a natureza. Com encanto, diante dos mais poderosos líderes do Planeta, alertou para a falta de tempo e a urgência de fazer ações que garantam agora o equilíbrio do clima, para tanto é imprescindível que os povos indígenas sejam ouvidos, pois deles sai a solução. As palavras da jovem Txai Suruí se espalharam pelo mundo, servindo de reflexão e agradando a todos, menos ao presidente Jair Bolsonaro que, na internet, desferiu seu ataque contra a jovem indígena, e logo depois por seus seguidores que de forma repugnante passaram a desferir ataques misóginos, injurias, utilizando mentiras, fake news e palavras de baixo calão para atingir a honra e a moral da jovem mulher indígena e sua família. Importante lembrar que esse governo persegue os indígenas desde que assumiu o poder. Não podemos admitir perseguição, racismo e preconceito sob nenhuma forma, muito menos por ter falado sobre a verdadeira realidade, na ONU.
Txai não está só, todas nós mulheres amazônidas e brasileiras, de ancestralidade indígena, estamos com ela, com Juma Xipaia, com Sônia Guajajara e todas as demais parentes que estão em Glasgow, lutando por nós, por todo o povo brasileiro e pela
Humanidade. Por tudo isso é que, diante dos ataques, viemos repudiar a todos que, de forma racista e discriminatória, vêm atacando Txai Surui e demais mulheres indígenas presentes na COP 26. Deixamos claro que elas nos representam, são nossa voz, a voz da mulher amazônida, a voz da mulher brasileira na ONU.
FÓRUM POPULAR DE MULHERES DO BRASIL, DA AMAZÔNIA E DE RONDÔNIA
MOVIMENTO ARTICULADO DE MULHERES DA AMAZÔNIA (MAMA)
INSTITUTO DE MULHEREES DA AMAZÔNIA (IMA)
LEVANTE FEMINISTA CONTRA O FEMINICÍDIO DA AMAZÔNIA
LEVANTE FEMINSTA CONTRA O FEMINICÍDIO – RONDÔNIA
INSTITUTO ÍNDIA-AMAZÔNIA
ASSOCIAÇÃO DEFESA ETNOAMBIENTAL KANINDÉ
PPKAST – UM PODCAST FEMINISTA