Txai Surui nasceu para iluminar consciências

Txai Surui nasceu para iluminar consciências

Ela foi lá na Conferência da Cúpula do Clima (COP-26), em Glasgow e deu um recado que causou estrondo no planeta.

A jovem indígena com pouco mais de um metro e meio de altura se espigou a cada frase de seu discurso simples, mas expressivo, emocionante e provocativo.

Protestou sem perder a ternura.

Deixemos de emitir mentiras e promessas falsas; acabemos com a poluição das palavras ocas e lutemos por um futuro e um presente que possam ser vividos. É sempre necessário acreditar que o sonho é possível. Que a nossa utopia seja um futuro na Terra”, disse.

Paiter Surui, mostrou o que é ser ‘gente de verdade’, o sentido da autodenominação de seu povo.

Já estive algumas vezes na aldeia Lapetanha onde Txai viveu. Conheço o pai dela, Almir Surui, recentemente eleito cacique de forma inédita, pelo voto.

A mãe é a mais incansável e guerreira que conheço em Rondônia na luta pela proteção dos territórios e povos indígenas, a Neidinha da Kanindé. Tem o berço, mas tem também a luz própria que emana.

Atenamã! Pode parar!

Desistam dos ataques com as mentiras, misoginia e racismo contra Txai pelas verdades que disse na Escócia, profundamente incômodas, mas necessárias.

Parem, porque não vão reduzir a força da jovem guerreira.

Já testemunhei a coragem de Txai em várias situações e garanto que ela não se vende e não rende.

Teve uma audiência pública na capital sobre mineração em territórios indígenas, sem a presença de indígenas na mesa, mas com boa parte da classe política do estado que se omite ou apoia abertamente o ecocídio estimulado pelo presidente Jair Bolsonaro.

A contragosto Txai se colocou na frente de todos e todas para ler um manifesto.

A foto revela o desprezo com Txai que ocupava seu lugar de fala, mas também a coragem dela em não calar quando não lhe dão ouvidos ou viram as costas.

Assim foi em várias ocasiões em que se colocou firme para dar recados inadiáveis e nunca em busca de holofotes. Vi a mesma determinação de Txai ao microfone para se dirigir ao presidente da Funai ou a um grupo de dez ou cem pessoas em protesto.

Bravura e humildade.


Os bolsonaristas que a atacam com mentiras, racismo e ameaças desde que ecoou as vozes de todos os povos indígenas não sabem com quem estão lidando.

É uma menina gigante pela própria natureza e nunca esteve só na luta pela vida com a floresta em pé.

Se havia muitos guerreiros e guerreiras com ela, agora bem mais, por “um caminho diferente com mudanças ousadas e globais”.

Yete Iter. Obrigada Txai.

Pelo despertar de consciências que provocou se agarre à gratidão dos que como você são capazes de “escutar as estrelas, a lua, o vento, os animais e as árvores”.

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