A PROPAGANDA É A ALMA DA REELEIÇÃO

A PROPAGANDA É A ALMA DA REELEIÇÃO

Eduardo Chaves, Luigi Mazza e Renata Buono | Revista Piauí – O governo Bolsonaro aumentou em 17% os gastos com publicidade no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021. Foram R$ 84,9 milhões investidos em propaganda até aqui, segundo os dados da Secretaria Especial de Comunicação do Planalto (Secom).

O aumento se concentrou especialmente nos anúncios de televisão. O valor pago em publicidade na tevê foi o maior para um primeiro semestre desde que Bolsonaro tomou posse. Alvo de ataques do presidente, a TV Globo tem recebido cada vez mais recursos, proporcionalmente. Neste ano, 25% das verbas de publicidade em tevê foram para a Globo (em 2019, eram 17%). A artilharia também tem sido pesada nas redes sociais. Nos primeiros seis meses do ano, o governo pagou R$ 4 milhões em anúncios no Facebook – valor que supera o dos anos de 2021 e 2020 inteiros. O =igualdades mostra como e onde Bolsonaro está fazendo propaganda no ano em que tenta a reeleição.

De janeiro a junho de 2022, o governo Bolsonaro pagou R$ 47,9 milhões para fazer publicidade na televisão – maior verba para o primeiro semestre do ano desde o começo do mandato. No mesmo período de 2019, o gasto com anúncios televisivos foi de R$ 43,4 milhões; em 2020, R$ 20,2 milhões; no ano passado, foram R$ 36,9 milhões.

Alvo de constantes ataques de Bolsonaro, a TV Globo recebeu em 2022 a maior fatia das verbas da Secom para publicidade em televisão desde que o governo começou. De janeiro a junho, a Globo ficou com 25% do total que foi gasto para veicular propagandas na tevê – em números absolutos, R$ 12 milhões dentre R$ 47,8 milhões.

De janeiro a junho de 2022, o governo Bolsonaro gastou R$ 84,9 milhões com publicidade oficial. Isso é metade do que outros governos gastaram em média nos primeiros semestres de anos eleitorais. De janeiro a junho de 2018, Temer desembolsou R$ 142,1 milhões, em valores corrigidos. Já Dilma (2014) e Lula (2010) gastaram R$ 141,6 milhões e R$ 207,3 milhões no mesmo período, respectivamente, em valores corrigidos.

Nos seis primeiros meses do ano, a Secom pagou ao Facebook R$ 4 milhões para que a empresa veiculasse anúncios do governo federal – mais do que em outros anos inteiros. Durante todo o ano de 2021, o governo gastou R$ 2,9 milhões com anúncios na plataforma; em 2020, foram R$ 3,7 milhões. Em 2019, o valor foi o mesmo que no primeiro semestre de 2022: R$ 4 milhões.

O Partido Liberal (PL), ao qual está filiado Bolsonaro, também tem investido por conta própria no Facebook. O partido havia pago, até o dia 28 de julho, R$ 802 mil em anúncios na rede social. Neles, o presidente é descrito como “o capitão do povo”. O valor é seis vezes o que foi pago pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em propagandas pró-Lula. O PT havia pago R$ 131 mil em anúncios no Facebook até o dia 28 de julho.

A Rádio Jovem Pan triplicou as verbas de publicidade recebidas do governo federal durante o mandato de Bolsonaro. Em 2018, último ano de governo Temer, a Secom pagou R$ 840 mil, em valores corrigidos, para que as rádios do grupo Jovem Pan veiculassem propagandas do governo. O valor disparou nos anos seguintes, chegando a R$ 2,5 milhões em 2021.

De janeiro a junho deste ano, o governo federal gastou R$ 3,7 milhões em publicidade sobre a tecnologia 5G. O valor é equivalente à soma dos gastos com as campanhas de informação sobre a Covid e sobre o combate a incêndios florestais – que, no mesmo período, custaram R$ 3,2 milhões e R$ 790 mil, respectivamente.

Fontes: Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom); Biblioteca de Anúncios do Google.

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