Estão no site da Associação dos Magistrados de Rondônia – AMERON, as recordações da inusitada participação de juízes e servidores nas manifestações de combate à corrupção em que se misturaram ao MBL, Movimento Gigantes da Pátria e outros que pediram o impeachment da presidente Dilma.
Em frente ao Tribunal de Justiça de Rondônia, também fizeram um manifesto de apoio ao juiz Sérgio Moro quando foi acusado de exorbitar de suas funções ao quebrar o sigilo telefônico de pessoas próximas ao ex-presidente Lula, inclusive da presidente afastada, o que foge à sua competência.
Em Vilhena também houve manifestação semelhante para expressar apoio ao juiz e à Operação Lava Jato.
Na Capital, juízes até estamparam outdoor na região central.
Isso foi em março e a iniciativa gerou polêmica, porque muitos consideram que magistrado não deve se manifestar sobre um processo, fora do processo, sobretudo quando este se refere a questões partidárias. Tendo sido o processo de impeachment provocado por partidos da oposição, pra muita gente a campanha dos juízes foi motivada mais por interesse político que consciência cidadã.
Outro tanto de gente achou que não, que juiz tem direito à liberdade de expressar sua opinião como qualquer cidadão comum.
Polêmica à parte, o fato é que com o afastamento da presidente os magistrados se recolheram às suas funções. O mais curioso, é que o grupo que dizia manifestar-se pelo fortalecimento da Operação Lava Jato, calou diante da revelação de áudios escandalosos que denunciam um golpe parlamentar para barrar as investigações do maior escândalo de corrupção que veio à tona no país.
O então Ministro do Planejamento, senador Romero Jucá perdeu o cargo por isso. Ele, o presidente do Senado Renan Calheiros, o ex-presidente José Sarney e o ex-presidente da Transpetro – todos investigados na Lava Jato – foram flagrados em diálogos que, inclusive, lançam suspeitas gravíssimas sobre membros e instituições do judiciário.
Não seria a hora mais conveniente para demonstrar apoio à Operação?
Ao controverso juiz Sérgio Moro, alvo de mais de uma dezena de representações no CNJ por seus excessos, não seria prá lá de necessário dizer um ‘tamo junto’?
Ou não estão mais juntos?