O garimpo no poder: como investigados por exploração ilegal influenciam as eleições em cidades da Amazônia

O garimpo no poder: como investigados por exploração ilegal influenciam as eleições em cidades da Amazônia

O Globo, por Eduardo Gonçalves e Cristiano Mariz – Sob a luz de refletores improvisados na caçamba de uma caminhonete, um grupo de cerca de 30 pessoas se reunia para tratar de eleições numa vila garimpeira instalada no coração da floresta amazônica, em Itaituba (PA), a 1.200 quilômetros da capital Belém, no dia 14 de setembro.
Ao microfone, uma voz elevava o tom de cobrança a autoridades. “Já era para ter patrolado (nivelado) todas essas ruas. Era para ter caminhão-pipa bancado pela prefeitura, que tem recursos”, discursou Heverton Soares, conhecido como Grota. A faceta de líder comunitário, porém, esconde a real identidade do
garimpeiro investigado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de ligações com o “narcogarimpo”, associação de facções criminosas com donos de mineradoras para lavar dinheiro do tráfico de drogas por meio da venda de ouro. O seu objetivo no ato político era pedir votos ao candidato a prefeito Ivan D’Almeida (Podemos), dono de garimpos e réu por exploração ilegal do minério.

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O ex-presidente FHC foi conduzido coercitivamente, sem intimação e resistência, exposto à execração pública, para depor na PF no inquérito que investiga remessa de dinheiro ao exterior para sua amante jornalista através de uma concessionária brasileira. Toda a imprensa dedicou o dia 29 para divulgar a notícia e o ex-presidente foi capa dos principais jornais e revistas. O conteúdo do depoimento foi amplamente divulgado e os apresentadores da Globo até esboçaram um ar de satisfação ao dar a notícia. Nas redes sociais houve grande comoção pelo excesso a que foi submetido o ex-presidente. Bem diferente, do tratamento adequado e até respeitoso dedicado ao ex-presidente Lula, quando foi depor sem que ninguém ficasse sabendo.