Poderia ser um macaco como vice: não faria diferença

Poderia ser um macaco como vice: não faria diferença

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Como Temer traiu a si próprio na entrevista a Roberto Dávila.

Por Paulo Nogueira

Comparei outro dia Michel Temer ao Rubião de Machado — o legítimo, o de Quincas Borba, não o delator. Rubião via as pessoas na rua e, na sua sandice delirante, imaginava que fossem populares saudando-o. Achava que era Napoleão III.

Na entrevista que deu a Roberto Dávila na GloboNews, Temer reafirmou seu caráter de Rubião. Conseguiu dizer, por exemplo, que carregou muitos votos para Dilma nas eleições presidenciais.

Ora, ora, ora.

Quem acredita nisso acredita em tudo. Temer foi absolutamente insignificante nas urnas. Poderia ser um macaco como vice: não faria diferença. Vices, especialmente os decorativos como ele, são completamente irrelevantes.

Alguém se lembra, por acaso, de quem foi o vice de Aécio? Os cabeças de chapa ganham ou perdem as eleições: fato.

Temer apenas é lembrado, agora, por ter traído a mulher graças à qual está hoje onde está.

Mas o melhor momento da entrevista foi quando Temer, num ato falho sensacional, admitiu o golpe. Disse que, se Dilma tivesse livre acesso a vôos, sairia por aí “denunciando o golpe”.

As redes sociais estão repercutindo intensamente essa frase em que o traidor traiu a si próprio. Não porque a entrevista de Dávila tivesse audiência expressiva, mas porque a sentença foi inacreditavelmente postada no Twitter oficial de Temer.

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