Quem são os extremistas que podem ter contas reativadas se Musk descumprir ordem de Moraes

Quem são os extremistas que podem ter contas reativadas se Musk descumprir ordem de Moraes

Bilionário dono do X proferiu uma série de ataques ao ministro e à democracia brasileira por decisão do STF em banir condenados por fake news

Fórum – Neste sábado (6), o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), ameaçou descumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e reativar contas de extremistas brasileiros.

“Estamos levantando todas as restrições. Esse juiz [Alexandre de Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá. Mas os princípios são mais importantes do que o lucro”, afirmou o empresário em sua rede social.

As decisões do STF foram tomadas nos últimos quatro anos em relação a personalidades investigadas por articulação de milícias digitais, no âmbito do inquérito das fake news – do qual Musk passou a fazer parte após uma série de ataques a Moraes e à democracia brasileira. Os usuários banidos proferiram discursos de ódio e conteúdos falsos contra o Estado democrático e às instituições.

Confira abaixo alguns dos usuários que podem voltar à ativa caso Musk cumpra suas ameaças:

  • Allan dos Santos: blogueiro bolsonarista de extrema direita, dono do Terça Livre, investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, e foragido da justiça brasileira;
  • Daniel Silveira, ex-deputado federal preso em 2021 após publicar conteúdo com ameaças a ministros do STF e defendeu o AI-5;
  • Paulo Figueiredo Filho, ex-comentarista da Jovem Pan, neto de ex-presidente na ditadura militar, general João Figueiredo, é investigado por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro;
  • Luciano Hang: empresário bolsonarista dono da Havan é acusado de ser um dos financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro; teve suas contas bloqueadas por ter feito parte de um grupo de WhatsApp de empresários no qual foi discutido teorias golpistas;
  • Monark: youtuber extremista que defendeu a existência de um partido nazista durante seu podcast em 2022; atualmente mora nos Estados Unidos;
  • Oswaldo Eustáquio: jornalista foragido na Espanha é investigado no inquérito das fake news; chegou a ser preso mais de uma vez por ataques ao STF;
  • Roberto Jefferson: ex-deputado bolsonarista e armamentista, preso por participação nos atos democráticos e por disparar 50 tiros e 3 granadas contra policiais; teve as contas derrubadas em 2020 e 2021 por decisões de Moraes;
  • Winston Lima: ex-militar flagrado em conversas sobre os atos golpistas de 8 de janeiro; investigado pela PF por organizar rede de fake news;
  • Rodrigo Constantino: blogueiro de direita e presidente do Instituto Liberal Brasileiro é acusado de participar dos atos golpistas;
  • Ludmila Grilo: ex-juíza, aposentada compulsoriamente após ataques ao STF; incentivou aglomeração durante a pandemia; vive nos Estados Unidos;
  • Bernardo Küster: youtuber bolsonarista condenado por fake news no âmbito da CPI da Covid-19;
  • Edgard Corona: empresário dono da Smart Fit foi alvo de operação por ser um dos supostos financiadores de esquema de fake news e ataques a autoridades.

Entenda o caso Musk x Moraes

Após os ataques do bilionário contra Moraes e ao STF, o ministro incluiu Musk no inquérito das fake news e determinou a abertura de um inquérito para apurar obstrução de justiça pelo bilionário. Em sua decisão, o ministro ressaltou que os provedores de redes sociais e de serviços de mensagens privadas têm as mesmas responsabilidades que os gestores de outros meios de comunicação, mídia e publicidade digital. “Principalmente quando direcionam ou monetizam dados, informações e notícias veiculadas em suas plataformas”, disse.

O ministro ainda acusou Musk de “dolosa instrumentalização criminosa” e determinou multa diária de R$ 100 mil para cada perfil desbloqueado pelo bilionário.

Ameaça de Musk incendeia grupos bolsonaristas

As ameaças de Musk a Moraes e à democracia brasileira incendiaram os grupos de apoio a Jair Bolsonaro (PL) no Telegram, em mais um indício de ação orquestrada.

Enquanto o movimento de Musk atrai apoio de ultradireitistas pelo mundo, os grupos de apoio ao ex-presidente criam novas teorias da conspiração em cima de teses “terraplanistas” já propagadas e buscam sair do ambiente virtual para voltar a tumultuar as ruas e até shoppings.

Ação orquestrada

Os ataques de Elon Musk contra Alexandre de Moraes e a soberania do Brasil não são um ato tresloucado de um empresário megalomaníaco, mas parte de uma ação orquestrada para desestabilizar o país, como indicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Por meio de seu perfil no X, o filho do ex-presidente fez algumas publicações que apontam para uma ação orquestrada com os principais líderes da extrema direita europeia.

Algumas horas após os ataques de Elon Musk, o líder do Chega!, partido da extrema direita portuguesa, André Ventura, publicou um vídeo com ataques ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes, o qual foi compartilhado por Eduardo Bolsonaro com a seguinte frase: “Nossa liberdade não está em risco, já é diariamente violada”.

 

Envie seu Comentário

comments